Duas das principais entidades de Bento Gonçalves se manifestaram ainda neste domingo, 14, contra a determinação do governo do estado que colocou o município na bandeira vermelha. A decisão faz com que o comércio da cidade volte a ficar fechado e as indústrias tenham que trabalhar apenas com 50% de sua capacidade.
Para o presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Rogério Capoani, a imposição de uma nova parada das atividades para os segmentos do comércio e prestação de serviços, bem como a obrigatoriedade da redução das capacidades de todos os setores produtivos, trará perdas significativas, encaminhando a região para um cenário irreversível em um futuro muito próximo. “Com muito esforço e dificuldade as empresas vinham começando, timidamente, a se restabelecer em suas atividades. Uma regressão, agora, será fatal e poderá concretizar àquele que tem sido, desde o início, nosso maior temor: o caos social”, enfatiza o presidente.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BG), Marcos Carbone, a troca de bandeira é injusta, decorrente de uma mudança de regras nos critérios de avaliação e que penaliza de forma indevida o comércio do município. "Essa decisão nos causa indignação e terá consequências muito graves para o setor, que vem sofrendo abalos sequenciais desde o início da pandemia e, dessa forma, poderá não mais se recuperar. Há empresas pequenas que fecharão nesta segunda-feira, 15, para não mais abrir. Passamos a temer, novamente, a extinção de empresas e de postos de trabalho, agravando uma situação de crise econômica e social que já está evidente", comenta o presidente da entidade.
A discordância tem respaldo, também, nos dados comprobatórios de que Bento Gonçalves se preparou para o cenário da pandemia: investiu na ampliação de leitos para internação e na compra de respiradores, por exemplo, para atender aos pacientes. O CIC-BG e a CDL-BG estão se unindo a entidades do município e também de cidades vizinhas da região para buscar a reversão dessa decisão. Estão sendo feitos contatos com a Assembleia Legislativa do Estado e com o poder Legislativo local buscando contrapor de forma enfática e veementemente a decisão tomada pelo Governo do RS. Há, também, contatos em andamento com o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, externando a discordância e repassando informações que subsidiam o posicionamento contrário adotado pela entidade.