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Ministro da Saúde pede demissão do governo Bolsonaro

Nelson Teich afirmou que não iria manchar sua história médica por causa do uso da hidroxicloroquina, que o presidente quer ver sendo utilizada desde o início dos tratamentos.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
15/05/2020 às 16h50 Atualizada em 28/05/2020 às 13h12
Ministro da Saúde pede demissão do governo Bolsonaro
Divulgação

O Ministério da Saúde parece ser o carma do presidente Jair Bolsonaro. Após a turbulenta demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o atual ministro Nelson Teich, pediu demissão após 27 dias no cargo. O secretário-executivo Eduardo Pazuello, a médica Nise Yamaguchi e o deputado-federal Osmar Terra são os mais cotado para substituir o agora ex-ministro.

"É o dia mais triste da minha vida", disse. "Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina." Foram as primeira palavras de Nelson Teich. Ele se reuniu na manhã desta sexta-feira, 15, com o presidente Jair Bolsonaro. O compromisso não constava na agenda oficial do presidente. O encontro durou cerca de 15 minutos. O presidente defende mudanças no protocolo do uso da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus, mas o ministro é contra, o que vem gerando críticas da ala bolsonarista.

Pela manhã, o presidente afirmou que mudaria ainda nesta sexta o protocolo de uso da cloroquina adotado no sistema de saúde. Nos últimos dias, Bolsonaro já havia citado a mudança. A declaração foi dada após apoiadores questionarem o presidente sobre o assunto no Palácio da Alvorada.

Atualmente, a recomendação é que o medicamento seja usado no tratamento de pacientes em casos graves da Covid-19. A indicação está prevista em protocolo do Ministério da Saúde publicado ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo em 16 de abril.

Bolsonaro argumenta que "é direito do paciente" decidir sobre o seu tratamento. A droga ainda não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. O Conselho Federal de Medicina publicou nota técnica permitindo a prescrição do medicamento mesmo em casos leves da doença, com as ressalvas dos riscos. "O protocolo deve ser mudado hoje, porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo", afirmou. "O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação, ele pode ser processado", explicou.

Histórico de respeito

O médico oncologista e empresário Nelson Teich foi anunciado como substituto de Luiz Henrique Mandetta (DEM) no Ministério da Saúde no dia 16 de abril. Teich teve o apoio da classe médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O argumento pró-Teich na pasta era o de que ele traria dados para destravar debates "politizados" sobre a Covid-19.

Teich é formado pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e tem mestrado em economia da Saúde pela Universidade de York, na Inglaterra. Ele chegou a ser cotado para assumir a Saúde logo após a eleição de Bolsonaro, em novembro de 2018, mas o lobby do DEM — partido de Onyx Lorenzoni (ministro da Cidadania, ex-Casa Civil), Ronaldo Caiado (governador de Goiás) e Mandetta — falou mais alto. Ele já foi sócio de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde.


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