Uma quebra em torno de 20%, mas com qualidade superior. Assim deve ser a safra da uva 2020, que vem trazendo boa perspectiva para os vinhos que serão produzidos a partir da colheita deste ano. A avaliação é do presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Argenta. Ele deu entrevista à rádio Gaúcha Serra na manhã desta segunda-feira, 24.
Argenta explicou que a estiagem trouxe prejuízos no início da safra, impactando principalmente os agricultores que colhem as primeiras uvas, caso de áreas do município de Bento Gonçalves, por exemplo. Com isso, a quebra esperada é de 20% em relação à safra anterior. O tempo com bastante sol, por outro lado, contribuiu para a sanidade e a qualidade da colheita, com alto teor de açúcar nas uvas, o que contribuirá para a qualidade dos vinhos produzidos a partir desta safra. "Deveremos ter um vinho de melhor qualidade em relação aos últimos anos. Eu, particularmente, vejo dos últimos 30 anos. Se fala muito das safras de 2005 e 2018. Esta é uma que tem que guardar bem direitinho, porque é uma safra que vai fazer com que as vinícolas tenham vinho diferenciado", destacou Argenta.
Segundo o presidente da Uvibra, uvas da variedade bordô, por exemplo, estão com teor 17 de grau de açúcar, quando o normal seria 14 ou 15. Em relação à quebra, ele prevê que a indústria de modo geral não tenha problemas porque os estoques já estavam grandes e, agora, segundo ele, deverão ficar normalizados. A exceção são as uvas americanas, utilizadas na fabricação de sucos, que estavam com estoques menores.