Um contrato milionário firmado entre o Ministério da Cidadania e uma empresa de tecnologia da informação, a Business Technology (B2T), deixou o titular da pasta, Osmar Terra, na berlinda. O ministro foi publicamente cobrado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a contratação da empresa, que é alvo da Polícia Federal na Operação Gaveteiro. A pasta ignorou alertas de fraude antes de aceitar a contratação da B2T.
O caso enfraqueceu ainda mais Terra, que pode perder o cargo em uma minirreforma ministerial a ser promovida por Bolsonaro nos próximos dias. Pelo desenho traçado até agora no Palácio do Planalto, o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que também está desgastado no governo, deverá assumir a Cidadania. Terra voltaria para a Câmara dos Deputados.
Bolsonaro pediu apuração sobre as suspeitas de que a B2T foi usada como empresa de fachada para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos entre 2016 e 2018, durante a gestão do presidente Michel Temer. O presidente ficou irritado porque o ministério comandado por Terra foi alertado sobre a possibilidade de fraude por duas empresas e pela Controladoria-Geral da União (CGU) e, mesmo assim, contratou a companhia.
A iminente queda de Osmar Terra do Ministério da Cidadania pode provocar a saída de dois de seus assessores ligados diretamente com Bento Gonçalves. O professor Clemente Mieznikowski e o ex-prefeito Alcindo Gabrielli. Eles atuam em secretarias ligadas ao Ministério da Cidadania a convite de Osmar Terra. Em caso de demissão, Terra voltaria à Câmara dos Deputados. Alcindo Gabrielli já estaria se despedindo de suas atividades no ministério, a fim de confirmar sua pré-candidatura a prefeito em Bento Gonçalves. Já a permanência do professor Clemente dependerá de quem assumir o comando do Ministério da Cidadania. No caso, se confirmada a ida de Onix Lorenzoni para a pasta, será analisado se o ministro manterá os cargos indicados por Osmar Terra no governo.