Os clientes da empresa Unick Forex, que tiveram seu dinheiro represado em operações financeiras, tiveram mais uma notícia ruim nesta semana. A juíza Karine da Silva Cordeiro, da 7ª Vara Federal de Porto Alegre, negou a habilitação de clientes da empresa Unick no processo penal movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 15 pessoas. A decisão é de 28 de janeiro. Segundo as investigações, a empresa do ramo de investimentos em moedas virtuais, com sede em São Leopoldo, deve cerca de R$ 12 bilhões aos investidores. As informações são do repórter Eduardo Matos, de GauchaZH.
“...não será admitida a habilitação dos credores nos processos criminais, uma vez que não é possível a transferência de valores sequestrados diretamente a clientes. Aqueles que se sintam prejudicados devem buscar informações e a satisfação de seus créditos com empresa na qual fizeram o investimento ou adotar as medidas judiciais cabíveis no Juízo Cível estadual, considerando o descumprimento de contrato estabelecido entre particulares”, destacou a juíza.
Segundo Karine, "a intervenção de terceiros, que não são assistentes da acusação, na ação penal é tumultuária". A magistrada complementou decidindo que os clientes podem ter acesso ao andamento do processo através de certidões expedidas pela Justiça Federal. Credores da Unick seguem movendo ações na Justiça estadual contra a empresa para futuro ressarcimento. As decisões têm sido favoráveis para assegurar que os valores sejam pagos. Mas isso só ocorrerá em caso de condenação e após o trânsito em julgado.
Novos pedidos de liberdade
Os réus Leidimar Bernardo Lopes (CEO na Unick), Danter Navar da Silva (diretor de marketing da empresa) e Marcos da Silva Kronhardt (operador de investimentos) protocolaram novos pedidos de liberdade. A juíza abriu prazo para manifestação do MPF antes de decidir. Eles estão presos desde outubro de 2019, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lamanai.