Bento Gonçalves mais uma vez é considerada destaque em um setor tido como fundamental para o futuro do planeta: o meio ambiente. A Capital do Vinho recebeu nesta segunda-feira a visita de pesquisadores paulistas interessados em descobrir como a cidade conseguiu aumentar seus índices de reciclagem. A metodologia e o reaproveitamento do lixo no município é considerado muito acima dos padrões apresentados atualmente no país.
Nesta segunda-feira, 27, a prefeitura recebeu a visita de Diego de Freitas Espinoza, mestrando pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de projetos do Instituto Terroá, e a bióloga Alessandra Santana. eles vieram da cidade de Ribeirão Preto para conferir como funciona o sistema de gestão de resíduos no quesito reciclagem em Bento Gonçalves. A visita foi acompanhada pelo secretário do Meio Ambiente, Claudiomiro Dias, a coordenadora de Educação Ambiental Simone Lemos, a coordenadora do setor de arborização Rejane Lazarotto e coordenadora do setor de resíduos Marlene Pelicioli. Os pesquisadores visitaram a Associação de Recicladores do bairro Progresso, Central de Triagem e a empresa responsável pelo recolhimento de resíduos no município, RN Freitas, além de conversarem com o prefeito Guilherme Pasin.
Atualmente, em Bento Gonçalves, são produzidas mais de 45.419,86 toneladas de lixo por ano. Deste total, 24% é potencialmente reciclado, segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente. A coleta seletiva para reciclagem dos materiais está possibilitando a recuperação diária de 36% de todo o papel e assemelhados; 40% de plásticos; 20% de vidro; 3% de ferro; e 1% de outros metais. Um dos principais motivos que permitiram o aumento nos índices de reciclagem, que cresceu 10,5% nos últimos seis anos, é a educação ambiental, que envolve diretamente a comunidade escolar e também a população dos bairros. Em 2019, mais de 60 mil pessoas se envolveram de alguma forma com os projetos de educação ambiental no município.
Para Diego Espinoza, o que é feito em Bento atualmente é realmente impressionante para os quesitos ambientais. Ele desta que em Ribeirão Preto, onde há 600 mil habitantes, o município não consegue nem 1% de reciclagem de resíduos. A bióloga Simone também destaca que este aumento considerável na reciclagem se deve muito a diferença que o envolvimento das questões ambientais faz junto ao dia a dia da comunidade, quando ela é inserida no processo. "Ficamos muito satisfeitos de conhecer como funciona o processo de trabalho aqui em Bento. Aqui é feito um trabalho de excelência em análise e gestão, no que diz respeito a reciclagem. É um índice muito alto de recuperação que vocês conseguiram aqui e isso nos faz acreditar que o futuro da reciclagem pode ser muito maior", resumiu Espinoza.