Após 16 anos, Bento Gonçalves deve vivenciar novamente uma disputa eleitoral acirrada para o cargo de prefeito somente entre dois candidatos. Desde 2008, quando Roberto Lunelli derrotou Alcindo Gabrielli com 38.148 votos (62,51% dos votos válidos), a cidade não testemunhava uma competição direta. Até o momento, ao que tudo indica, teremos o atual prefeito Diogo Siqueira (PSDB) enfrentando o ex-deputado federal Paulo Caleffi (PSD), um tira-teima das eleições de 2020, só que agora com os dois candidatos duelando frente a frente, sem a presença de candidatos coadjuvantes.
Diogo Siqueira, o atual prefeito, busca a reeleição com a vantagem de ter a máquina pública a seu favor. Siqueira, que venceu a eleição de 2020, tentará consolidar sua gestão e conquistar novamente a confiança dos eleitores. Além da máquina, o PSDB de Diogo conta com o forte apoio do Progressistas (PP), liderados pelo sempre estrategista Carlos Perizzolo, o maior vitorioso em eleições nesta cidade, mas que nunca aparece na hora da festa. Além dele, Diogo conta com a força do deputado estadual Guilherme Pasin, que deve auxiliar na campanha eleitoral em busca da reeleição.
Paulo Caleffi, que ficou em segundo lugar em 2020, perdendo por apenas 3.454 votos, retorna à disputa com o apoio robusto de cinco partidos: PL, Novo, Republicanos, MDB e PDT. Ele acredita que esse apoio pode ser crucial para virar o jogo e conquistar a vitória em outubro. Ele tenta equilibrar a disputa também com o apoio das igrejas evangélicas, tendo Rafael Pasqualotto, atual presidente da Câmara, como seu pré-candidato a vice -prefeito, e a força do Republicanos, liderados pelo vereador Marcos Barbosa e sua esposa Aline Poder, que vem ganhando protagonismo político interessante.
O Cenário Atual
A campanha de 2024 promete ser intensa e cheia de nuances. Siqueira, com a vantagem de ser o atual prefeito, pode utilizar as realizações de seu mandato como alavanca para conquistar votos. Já Caleffi, com uma aliança mais ampla, tentará capitalizar a insatisfação de parte do eleitorado e apresentar propostas inovadoras. Os eleitores podem esperar debates acirrados, com cada candidato buscando destacar suas qualidades e expor as fraquezas do adversário.
Diogo Siqueira provavelmente focará em sua experiência administrativa e nas conquistas de sua gestão. Ele ganhou muitos pontos e visibilidade após as enchentes e deslizamentos de terra ocorridos em Bento Gonçalves. E isso pode contar bastante na hora do eleitor decidir por ele como opção.
Em contrapartida, Caleffi aposta em sua brilhante trajetória como gestor de empresas na iniciativa privada, querendo trazer toda esta expertise para o setor público. A promessa de mudanças e melhorias com o apoio de uma coligação diversificada pode ser um trunfo interessante. Além disso, a ideia da oposição é aproveitar o desgaste sofrido pelo atual prefeito em vários bairros da cidade que não tiveram a devida atenção ao longo de seus quatro anos de mandato.
Número mágico para ganhar as eleições
Será que o número mágico de 38.148 votos se repetirá em 2024? Ele pode ser um parâmetro de quantos votos os candidatos devem buscar para vencer a corrida até a Casa Amarela. Serão 45 dias de intenso trabalho na conquistado do eleitorado. Vale lembrar que, em 2020, mesmo com nove candidatos, 19.910 eleitores não apareceram para votar e outros sete mil eleitores votaram em branco ou anularam seu voto. Só aí estamos falando em 27 mil votos a serem buscados. A resposta está nas mãos dos eleitores de Bento Gonçalves, que decidirão o futuro da cidade em uma eleição que promete ser histórica e decisiva para o rumo político da Capital do Vinho.
Na próxima coluna já vamos falar sobre a disputa pela Presidência da Câmara de Vereadores para 2025.
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