O ano de 2019 terminou com uma notícia que, em princípio, é triste para uma família, mas que mostra um gesto de bondade e pensamento em ajudar o próximo. A doação de órgãos de uma mulher de 32 anos, falecida no Hospital Tacchini, irá auxiliar até oito pessoas que estão angustiadas na fila de espera por um transplante. A decisão de doação foi tomada pelos familiares da mulher, com o pensamento de salvar várias vidas, já que a dela não pode ser salva.
A doação de órgãos ainda é um gesto difícil em que a decisão tem que ser tomada assim que a família recebe a notícia de que seu ente querido faleceu. Foi assim com os familiares desta mulher de 32 anos. Ela havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na semana passada e estava internada, em coma, na UTI do hospital. Assim que seu quadro clínico foi considerado irreversível (morte encefálica), os médicos entraram em contato com os pais da mulher para ver se era possível a doação de seus órgãos.
Os pais da mulher não pensaram duas vezes e autorizaram a doação. Para eles, era a chance de ver a filha viva em outras pessoas, mesmo sem saber quem elas serão. De acordo com a coordenadora da CIHDOTT, enfermeira Ana Maria Turmina, foi possível a doação de diversos órgãos, como coração, rins, pulmões, fígado, córneas, pâncreas, ossos e medula óssea. O procedimento foi realizado com o auxílio de uma equipe especializada em transplantes de Porto Alegre, juntamente com profissionais do Hospital Tacchini. Pessoas de várias cidade do estado serão beneficiadas com a doação.
Em 2019, foram realizadas 11 doações de órgãos, sendo este o ano com maior número de doadores no hospital. A conscientização sobre a importância da doação de órgãos para ajudar outras pessoas ainda é muito difícil em Bento Gonçalves, mas, aos poucos, as famílias estão aprendendo que uma vida perdida pode salvar muitas outras.