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Talentos da escola pública: a busca pela melhor qualidade de vida

Terceira reportagem especial da série “Talentos da Escola Pública” vai falar sobre o trabalho dos professores com os alunos nas hortas na Escola Municipal Anselmo Luigi Piccoli.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Notícias de Bento
06/11/2019 às 13h19 Atualizada em 28/11/2019 às 19h37
Talentos da escola pública: a busca pela melhor qualidade de vida
Kévin Sganzerla

Bento Gonçalves é um município que pode ser considerado referência em muitas áreas. Além da indústria, comércio e serviços, a cidade vem se desenvolvendo cada vez mais em um setor muito importante para o futuro do município: a educação de qualidade. 

Por isso, o Notícias de Bento preparou uma série de reportagens para destacar os talentos da escola pública, trazendo conteúdos especiais e mostrando como as escolas públicas da cidade estão fazendo a diferença na vida alunos, professores e direção. A terceira reportagem da série vai abordar o trabalho desempenhado pela escola Anselmo Luigi Piccoli com os alunos na busca pela melhor qualidade de vida e por um planeta sustentável.

Confira a primeira e a segunda reportagem da série aqui: Reportagem 1 - Escola Estadual Mestre / Reportagem 2 - Escola Municipal Tancredo Neves

Escola Municipal de Ensino Fundamental Anselmo Luigi Piccoli

Imagine um lugar onde existe uma horta com diversos canteiros, onde são plantados hortaliças dos mais variados tipos, temperos, ervas medicinais e plantas frutíferas. Essa descrição cabe perfeitamente a um pequeno espaço de qualquer propriedade localizada em Bento Gonçalves, muito comum na área rural. Agora pense em uma horta e um local onde há a produção de mel através da apicultura e o uso de composteira para a produção de hortaliças. Bem, já diminuímos consideravelmente os locais onde podemos encontrar tais elementos.  

E se todas essas coisas estivessem sob o cuidado de crianças e adolescentes? Então chegamos ao bairro Cohab, onde está localizada a Escola Municipal Anselmo Luigi Piccoli. A horta é a diversão dos alunos, os quais aprendem de tudo, e levam para suas vidas aprendizados importantes para possuir melhor qualidade de vida e, sobretudo, para ajudar na construção de um planeta sustentável. 

A instituição de ensino promove um projeto intitulado “Conexões para a vida”, no qual há um subprojeto chamado “Ações sustentáveis – caminhando e semeando para colher”, o qual utiliza a horta para colocar em prática o que é ensinado dentro da sala de aula. 

“A essência do projeto é esse, caminhando e semeando para colher. Temos uma preocupação bem grande para que eles possam consumir produtos saudáveis, e sabemos que a horta é um meio de introduzir uma alimentação adequada e saudável”, afirma a supervisora Cláudia Postal Rizzardo. 

De acordo com os professores responsáveis pelas atividades na horta da escola, Juliana Zanotto e Luis César Minozzo, toda a escola é engajada a participar do projeto, com exceção do jardim. Segundo o professor de ciências, é no 6º ano que os trabalhos na horta são realizados de forma mais específica, sobretudo por meio de experimentos.


“Não é só o plantar. Eles recebem a muda, que é a prefeitura que encaminha para nós através do projeto, eles plantam e cuidam dos canteiros. Em cima disso eles precisam considerar fatores como sol, temperaturas, água, adubo orgânico e inorgânico, umidade da terra. Eles acompanham durante os dias da semana o crescimento das plantas. Cada grupo é responsável por um fator, e depois eles fazem os comparativos.”, explica. 

Segundo a professora do período da tarde, Juliana, os alunos são ensinados na sala de aula e, ao ir à horta, já se sentem familiarizados com algumas práticas e informações importantes para o bom manejo e plantio. “Eles fazem relatórios, anotações, observações do que está sendo trabalhado. Conteúdos como solo, eles são ensinados sobre os tipos de solos, a quantidade de água, as partes das plantas. Com isso, quando vamos plantar e cuidar, eles já vão familiarizados com o conteúdo”, comenta. 

Através deste projeto, a supervisora afirma que os alunos são instigados a compreender a importância do meio ambiente, e que os seres humanos possuem uma relação de interdependência. Além disso, eles se tornam críticos de como e de que estão se alimentando no dia-a-dia. 

“Não é só o plantio ou técnicas de manejo, damos um norte pedagógico às situações. Desta forma eles vão mais críticos e cientes para o mercado. Por que esse produto que está bonito, sem nenhuma manchinha? Quanto de agrotóxico que foi utilizado? Esses aprendizados entram em inúmeras temáticas por trás de tudo isso”, afirma Cláudia. 

Da escola para a casa:

Os alunos Pedro Henrique Trivilin e Andriele Moura dos Santos, ambos de 12 anos, são alguns dos responsáveis por cuidar da horta da escola. Através dos aprendizados obtidos na teoria e na prática, eles levam para casa informações de grande valor para a família praticar visando hábitos mais saudáveis na alimentação.

 “Acho muito legal isso de não usar agrotóxicos, é uma coisa muito importante. Você vai ao mercado e tem aquelas batatas bonitas e grandes, mas você não sabe a quantidade de agrotóxico que foi utilizado, e tem ao lado uma menor, que é mais natural, e sempre é melhor optar pela natural”, comenta o jovem. Andriele ainda completa: “É importante nós mesmos produzirmos os alimentos. Consumindo em casa ou na escola, nós sabemos o que foi colocado, o que tem naquele alimento, e assim podemos ter uma vida melhor e cuidar do meio ambiente”, explica. 


Em suas experiências, ambos já levaram diversos conhecimentos para os seus pais, auxiliando na produção da casa. “Eu sempre falo para o meu padrasto que é para nós cuidarmos mais da nossa horta. Aqui temos um grupo que cuida da água, e eu falo para ele não exagerar na água, pois ele colocava muita água nas plantas. Levamos para casa um espinafre para plantarmos também. E falo coisas que a gente faz na horta para ele fazer também na nossa em casa”, comenta Andriele. 

Os ensinamentos práticos na horta vão muito além das aulas de ciência ou simplesmente na prática de manejos. Além de contemplar outras matérias, as atividades auxiliam na promoção do trabalho em grupo. “Eles estão trabalhando em grupo, em cooperação, com responsabilidade. No 6º ano cada grupo tem a responsabilidade de regar, de cuidar de cada canteiro. Isso também é importante, o trabalhar junto com o outro. Muita coisa eles trazem para nós através de suas experiências assim como muitas coisas eles acabam levando para casa”, ressalta a diretora da escola, Aliene Di Bernardo Rizzon. 

Segundo a supervisora, como o projeto está em pleno crescimento, o objetivo da instituição de ensino é ampliar a horta e introduzir os alunos já no ano que vem no processo de apicultura, que teve início em 2019. Além disso, a escola visa em longo prazo disseminar conhecimentos na comunidade escolar, realizando formações com as famílias e trazê-las para conhecer o desempenhado pela instituição na horta. 

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