Seis meses de angústia, preocupação e uma incógnita. Este é o drama da família de Jackson Hahn, que desde o mês de abril aguarda por um exame que possa identificar qual é o seu problema de saúde. Os familiares entraram em desespero e procuraram a reportagem do NB para tentar uma solução para o caso, pois não estavam conseguindo atendimento na Secretaria Municipal de Saúde.
Jackson Hahn vem sofrendo com intensas dores intestinais e tem grandes dificuldades para comer e trabalhar por causa disso. Nos primeiros exames realizados, nada foi constatado. Agora, por o caso não ter sido considerado pelos médicos que o atenderam um caso grave, a realização do exame se estende há mais de seis meses. A família pede agilidade temendo que a situação seja agravada em virtude da demora.
Segundo a esposa de Jackson, Alexandra Hahn, seu marido já consultou diversas vezes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porém os médicos não identificaram qual é o seu problema. Em uma consulta na clínica geral da UBS do bairro Santa Marta, a médica o encaminhou para uma consulta com um gastroenterologista. “Ela o encaminhou para uma gastro, que mandou fazer uma endoscopia. Porém, eles levaram dois meses para marcar. Depois que ele fez, levou mais uns dois meses para vir o resultado do exame”, explica Alexandra.
Jackson Hahn voltou a trabalhar, porém ainda sente desconforto devido às dores e ao mal-estar. “Ele ficou 20 dias em casa sem conseguir trabalhar no mês de abril, sem conseguir fazer funcionar o intestino e sem atestado. Meu marido chegou a entrar em depressão por conta disso. Ele sente muita dor, está com a barriga muito inchada e come bem pouco”, comenta a esposa.
Nos primeiros exames, não foi constatado nenhum problema. Em mais uma consulta, realizada na semana passada, a médica marcou mais dois exames, desta vez uma ecografia e uma colonoscopia. Desesperada por conta da situação de seu marido, a esposa entrou em contato com uma assistente da secretaria pedindo a internação para investigar o caso ou para agilizar na marcação do exame. Segundo ela, a assistente afirmou que, para ser prioridade, o médico precisa pedir a “brevidade”, caso contrário é necessário entrar na fila de espera, na qual há mais de 400 pacientes no aguardo para a realização do exame.
O que diz a prefeitura
Procurado pela reportagem, o secretário municipal de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, informou que a secretaria não possui o poder de desconsiderar o laudo do especialista que é o responsável por analisar se há brevidade ou não, para passar o paciente à frente dos demais. “Existem situações que fogem do nosso poder. Não temos como passar o paciente na frente se o laudo de um especialista considera que não há brevidade”, explica o secretário.
Siqueira rebate a afirmação da esposa do paciente, a qual afirma que foi a médica da UPA que não colocou brevidade nos exames. Segundo Diogo, o especialista tem a função de avaliar se é preciso brevidade ou não. No caso, nas ocasiões em que o homem foi consultado pela gastroenterologista, em nenhuma das situações houve o pedido para priorizar o paciente. “Não vamos cobrar uma reavaliação sendo que o paciente foi consultado duas vezes pelo especialista, que disse que não há gravidade. O paciente tem sido acompanhado pelos clínicos. Não temos como diferenciar a forma de trabalho”, afirma o secretário.
Porém, após terem conhecimento de que a reportagem seria publicada, integrantes da Secretaria Municipal da Saúde fizeram contato com Alexandra Hahn, informando que iriam auxiliar no caso de seu marido para concretizar e agilizar a marcação dos exames.