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Pais cercam Prefeito Diogo para cobrar explicações sobre a falta de vagas nas escolas municipais

Na conversa, o Prefeito prometeu uma "força-tarefa" com a SMED para resolver essa questão o mais rápido possível. O fato ocorreu durante a abertura das sessões da Câmara de Vereadores nesta quinta-feira, 1º de fevereiro.

01/02/2024 às 18h31 Atualizada em 03/02/2024 às 11h40
Por: Renata Oliveira Fonte: NB Notícias
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Pais rodearam o Prefeito Diogo Siqueira para cobrar soluções sobre as vagas. Crédito: Marcelo Dargelio/NB
Pais rodearam o Prefeito Diogo Siqueira para cobrar soluções sobre as vagas. Crédito: Marcelo Dargelio/NB

A instalação da Sessão Legislativa Ordinária da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves de 2024 ocorreu na tarde desta quinta-feira, 1º de fevereiro, e foi marcada pela presença de diversos pais que foram cobrar respostas sobre a situação das vagas nas escolas municipais. O Prefeito Diogo Siqueira e parlamentares foram rodeados pelos moradores que relataram suas dificuldades de comunicação com a Secretaria de Educação (SMED) e exigiram soluções. Além disso, a Presidente da Abeipar revelou que são "perseguidas" quando vão contra o Poder Executivo. 

Um momento que, até então, seria tranquilo, se transformou em uma "saia justa" para o Prefeito Diogo Siqueira que, após seu discurso, tentou sair de fininho da Câmara Municipal, mas na porta foi rodeado pelos pais que ainda não conseguiram vagas nas escolas municipais. Em um dos relatos, uma mãe frisa que está tentando vaga desde novembro e que saiu da SMED chorando. "Pensa como está a minha situação, estou desde novembro esperando. Sai da SMED chorando, implorando por um direito que é da minha filha," destaca a mãe. 

Outra mãe conta que pediram para que ela aguardasse até fevereiro, mas não tem como cuidar da filha e trabalhar ao mesmo tempo nesse período. "A minha filha só tem três anos, não tenho aonde deixar ela, pois preciso trabalhar. O retorno que me deram é que preciso esperar até o final de fevereiro, mas o que eu faço até lá? Não tem como," desabafa. 

O Prefeito Diogo foi bombardeado por relatos similares e disse que conversaria imediatamente com a Secretária da pasta, Adriane Zorzi, para resolverem a situação. "Eu vou conversar agora com a Secretária. Vamos montar uma força-tarefa para resolver. Dizer sim ou não. No momento, estamos tentando ampliar o número de vagas. Na semana que vem já vamos divulgar uma lista nova," frisou o Prefeito. 

Mas os pais não se acalmaram com essa resposta. "É o direito do cidadão ter uma vaga e se não forem dar, que deem uma negativa escrita que vamos procurar outra forma, mas precisam parar de ficar nos enrolando. É desrespeitoso, é humilhante estar nessa situação," comenta uma das mães presentes. 

Após o encerramento da sessão, o Presidente da Casa, Rafael Pasqualotto (PP), chamou um dos representantes do grupo de pais, Vinicius Presotto, para se manifestar na Tribuna perante os vereadores presentes. "Falo aqui em nome de 350 famílias da educação infantil e cerca de 700, da educação fundamental. Infelizmente estamos presenciando uma situação triste, chegando no inacreditável. Não há justificativa para que deixem nossas crianças desassistidas. Os pais foram pegos de surpresa quando avisaram que não teriam vagas para seus filhos, que até então, estavam certas. Até hoje, a Secretaria de Educação não tomou as devidas providências e desde novembro, os pais vivem na angústia de não saberem aonde deixarão seus filhos. Além disso, a Prefeitura elaborou um edital que parece que foi redigido às pressas, pois não considera leis estaduais, redigido por alguém que, talvez, não tenha filhos ou talvez, por aqueles que não precisam manter o sustento durante as férias escolares," discursa Presotto. 

O representante também desabafou sobre o atendimento na SMED. "As famílias continuam desassistidas e o atendimento na Secretaria de Educação passa longe do admissível, uma vez que se trata de um órgão para educação. Somos feitos de bobos e com respostas genéricas. Há pais que foram até cinco vezes no espaço pedindo informações, deixando seus trabalhos com risco de o perderem, para receberem retornos de "volte amanhã" ou "estamos analisando" entre outras que se repetem. Achando talvez que esperaríamos passar seis meses, um ano, ou não buscaríamos o conhecimento necessário para lutar pelo direito dos nossos filhos," revela Vinicius. 

Manifestação do representante dos pais na Tribuna Popular. Crédito: Renata Oliveira/NB

Mau atendimento e confusão

Ainda sobre o atendimento da SMED, em uma conversa informal com os vereadores no Plenário, uma das mães contou que houve pais que levaram os documentos na mão e chegando na SMED, mandaram enviar pelo WhatsApp. "Pensa, alguns vêm do outro lado da cidade para ouvirem isso," comentou. Outra presente contou que tenta ligar no número da Secretaria e não funciona. Inclusive, segundo informações recebidas pela Reportagem do NB, na tarde desta quinta-feira, 1º de fevereiro, ocorreu uma confusão entre uma mãe e uma das atendentes do órgão, onde chegaram em "vias de fato" com a mulher arranhando a servidora, sendo necessário acionar a Guarda Civil Municipal (GCM). 

Mais revelações

E não foram somente esses destaques, a Presidente da Associação Bento-gonçalvense das Escolas Infantis Particulares (Abeipar), Taiane Sandrin, revelou que diretoras e pais estão sendo "perseguidos" quando se manifestam contra o Poder Executivo. "Viemos pedir ajuda para vocês (vereadores) para resolvermos essa situação em novembro, mas a Prefeitura nos transformou em vilãs. Hoje, os pais que estão nessa posição. Em 2020, as escolas particulares precisaram entrar com um processo contra a Prefeitura e hoje, nós temos que andar (em silêncio), pois quem fala, é perseguido. É corte de vagas nas escolas, é corte de vagas para pais que se posicionam, até quando isso acontecerá?" questiona Sandrin. 

Presidente da Abeipar conversando com os pais e vereadores. Crédito: Renata Oliveira/NB

A reunião foi finalizada com algumas sugestões do assessor jurídico da Câmara, Adroaldo Dal Mass, que destacou que os pais precisam montar um dossiê individual com as informações que receberam da SMED e caso não conseguirem as vagas, entrarem na Justiça. 

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PauloHá 3 meses Bento Gonçalveseu conheço dois casos em que pessoas com alto poder aquisitivo tem filhos estudando com bolsas pagas pela prefeitura, deixando sem acesso quem efetivamente precisa. Quem fiscaliza isso? Ou quem é amigo da corte tem preferências?
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