A retração da economia não tem atingido o Comércio apenas na diminuição das vendas. A inadimplência é outra situação que tira o sono dos comerciantes. De janeiro a julho deste ano, o setor registrou um montante de R$ 9,7 milhões em dívidas não pagas pelos clientes. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira, 31, pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BG), Marcos Carbone, durante um café da manhã com integrantes da imprensa local..
De acordo com os dados da CDL, ouve um fator interessante nos números dos últimos sete meses. O valor acumulado com a inadimplência aumentou 15,48% em relação ao mesmo período do ano passado, porém o número de devedores registrados no SPC Brasil teve um aumento de apenas 3%. O presidente afirma que o levantamento mostra que os comerciantes resolveram aumentar o valor do crédito para os clientes, o que acabou gerando esta diferença entre valores da inadimplência e o número de clientes negativados. "Isso mostra que as mesmas pessoas que já estavam inadimplentes continuam comprando no comércio. Vários lojistas vendem sem fazer consulta ao cadastro, devido ao elo de confiança que ele tem com sua clientela.", destaca Marcos Carbone.
O levantamento mostra ainda que a faixa etária dos devedores mudou nos últimos sete meses. Os devedores da faixa etária entre 40 e 49 anos, que representavam apenas 9% dos inadimplentes de janeiro a julho de 2015, neste ano saltaram para 22,31%, sendo o perfil com mais dívidas registradas no SPC. Segundo Carbone, os números mostram que os chamados provedores da casa também sentiram os reflexos da crise e estão atrasando os pagamentos de suas contas no comércio. Até o ano passado, a faixa etária campeã era a dos jovens com idade entre 18 e 29, que representavam 37% dos devedores. Entre janeiro e julho de 2016, este número caiu para 21,91%.
Chama a atenção ainda o aumento no percentual dos valores maiores devidos nas lojas. Subiram para 13% do montante as dívidas com valores acima de R$ 500,00, bem como para quem gasta entre R$ 250,00 e R$ 500,00. Porém, o maior percentual das dívidas chega a 28% para clientes que fizeram compras entre R$ 100,00 e R$ 250,00. Entre os maiores devedores estão as pessoas do sexo feminino, que representam 67% dos inadimplentes.
Para o presidente Marcos Carbone, a expectativa é que estes números diminuam até o final do ano, devido ao pagamento do 13º salário, que normalmente é utilizado pelos clientes para regularizar suas contas. O dirigente da CDL/BG afirma ainda que os lojistas precisam criar o hábito da consulta dos CPFs de seus clientes no sistema do SPC. Ele lembra que a consulta ao CPF está mais eficiente e permite que o lojista consulte se o consumidor tem alguma dívida em qualquer lugar do Brasil. Além disso, o associado da CDL pode utilizar o sistema de busca do SPC para consultar um novo número do telefone do cliente que nele não consegue contatar. "A boa venda não se encerra apenas com o fechamento do negócio ou a compra da mercadoria. O pagamento é imprescindível para que a negociação seja bem-suscedida", destaca o presidente.