
A sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira, 24, foi marcada por manifestações de parlamentares sobre a denúncia feita pelo Ministério Público no caso de uma possível compra de emendas ao Plano Diretor. Todos foram enfáticos em declarar que não estão envolvidos com o fato e também foi sugerida a criação de uma CPI do Plano Diretor.
Os vereadores investigados pelo MP, Marcos Barbosa (PRB), Moisés Scussel (PSDB), Volnei Christófoli e Rafael Pasqualotto (ambos do Progressistas) utilizaram o seu espaço na tribuna para se manifestar sobre o caso. O primeiro a falar foi Marcos Barbosa. O vereador do PRB destacou que o núcleo de investigação da Promotoria vasculhou sua vida pessoal, suas contas bancárias, sua casa e seu gabinete, mas não encontraram nada. Ele destacou que a ação foi algo imaginário e que, na verdade, tudo não passou de uma trama para atingi-lo. Ele destacou que a fase mais importante será a do Judiciário, onde as provas sobre o fato devem ser apresentadas. Barbosa também sugeriu que fosse aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que as denúncias também fossem investigadas na Câmara e pudesse vir à tona a declaração de um empresário que teria dito que tem parte da imprensa de Bento na mão. "Vou dizer a todos que não vão me derrubar. O PRB vai continuar crescendo e o vereador Marcos não vai desistir. Vamos provar no judiciário, porque lá não tem blá, blá, blá, é prova, senão aprontem as indenizações", finalizou o parlamentar.
O vereador Moisés Scussel (PSDB) demonstrou indignação em seu pronunciamento. Ele começou falando um jargão popular "Quem não deve, não teme", mas o mudou utilizando que "Quem não deve, tem que temer também". Em sua fala na tribuna, Scussel falou em injustiça e relembrou o dia 4 de junho de 2018, quando teve sua casa invadida pelos agentes do GAECO e policiais da Brigada Militar e Polícia Civil. "Tive minha casa toda revistada, me pediram armas e se tinha drogas. As pessoas que fizeram isso, tinham o objetivo de me aniquilar politicamente. E conseguiram. Infelizmente, só agora, vem à tona que não tive nada a ver com isso. É por este motivo que nuca mais colocarei meu nome à disposição da comunidade para concorrer a um cargo político", destacou o vereador do PSDB.
Logo após, o vereador Rafael Pasqualotto (Progressistas) fez o uso da palavra sobre a denúncia do MP. Ele declarou que está tranquilo e que considera a denúncia muito frágil. O parlamentar revelou que foi investigado pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público e pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro e eles não encontraram nenhum ato ilícito em sua conduta. "Saio fortalecido deste episódio, pois fizeram uma devassa em minha vida e nada encontraram. A população não quer transparência de seus representantes? Pois em mim acharam", resumiu o vereador.
Por último, o vereador Volnei Christófoli (Progressistas) usou seu espaço para reiterar sua inocência na investigação sobre o recebimento de propina na emenda 165 do Plano Diretor. Ele destacou que em junho de 2018, ele já tinha falado na tribuna que tinha a consciência tranquila em relação a não ter envolvimento no caso. Pouco mais de um ano depois, o Ministério Público confirma que ele era inocente. "Volto a dizer o que disse no ano passado, estou com a consciência limpa e o coração puro, pois nada acharam contra a minha pessoa", finalizou o parlamentar.
O processo agora será analisado nas esferas cível e criminal. Em sua denúncia, o Ministério Público cita os vereadores Marcos Barbosa (PRB) e Rafael Pasqualotto (Progressistas). Porém, na denúncia o MP afirma que não há provas matérias dos atos praticados, mas sustenta o caso em provas testemunhais.