No enfrentamento das enchentes no Vale do Taquari, o Ministério Público (MP) levanta preocupações sérias sobre o projeto de moradias temporárias destinadas aos desabrigados. O promotor Sérgio Diefenbach, da Promotoria Regional do Meio Ambiente, compara essas habitações de emergência a celas de prisão, questionando a dignidade oferecida a famílias atingidas.
Diefenbach destaca a inadequação das casas de 18 metros quadrados, ressaltando que este espaço é menor do que o encontrado em celas prisionais, que possuem 14 metros quadrados. Ele expressa preocupação especialmente considerando que as famílias desabrigadas podem permanecer nessas moradias temporárias por até um ano e meio, período estimado para a conclusão das moradias permanentes.
O promotor enfatiza que algumas das famílias afetadas viviam em áreas precárias, mas ainda assim, tinham mais espaço do que o proporcionado pelos novos alojamentos temporários. Ele busca o envolvimento do governo do Estado e prefeituras para avaliar a possibilidade de ampliar os espaços destinados às famílias.
Segundo Diefenbach, as moradias temporárias estão planejadas para as cidades de Arroio do Meio, Encantado, Roca Sales, Estrela e Cruzeiro do Sul. Em resposta às críticas do MP, o governo do Estado afirma que as unidades de 18 metros quadrados serão destinadas a famílias de até três pessoas. Para grupos maiores, módulos residenciais adicionais serão agregados, proporcionando uma área expandida de 36 metros quadrados para, por exemplo, uma família de seis pessoas.
O vice-governador Gabriel Souza destaca a intenção de estabelecer diretrizes para o número máximo de habitantes por unidade, assegurando que famílias com mais de três indivíduos serão alocadas em mais de uma unidade. Além disso, o governo ressalta que o projeto não se limita apenas aos módulos residenciais, incluindo também brinquedotecas e lavanderias comunitárias. A proposta busca atender não apenas às necessidades básicas de moradia, mas também ao bem-estar e qualidade de vida das famílias afetadas.