A polêmica envolvendo a possibilidade de abertura ou não de comportas nos rios da região, causando o aumento quase instantâneo do volume de água que atingiu diversas cidades gaúchas foi descartado pelo secretário estadual da Casa Civil, Arthur Lemos. Segundo ele, é preciso melhorar a comunicação dos complexos energéticos com os municípios, mas descartou qualquer tipo de responsabilidade das empresas em relação às inundações que devastaram várias cidades, principalmente na Região do Vale do Taquari.
De acordo com Arthur Lemos, o Governo do Estado segue fiscalizando as condições das barragens desde 2019. Ele revela que as barragens possuem vertedouros nas laterais, que ajudam a diminuir a pressão. Porém, no caso da Usina Castro Alves, não há comportas para serem abertas no local, as águas extravasam por cima da estrutura da barragem. "Vale lembrar que no dia das enchentes, o volume de chuvas foi 20 vezes maior do que a capacidade das barragens. É importante ressaltar que elas são pontos positivos, pois, caso elas não existissem, a tragédia poderia ser ainda maior. Houve alguns infortúnios, pedindo que a comunicação da Ceran com a comunidade chega mais facilitado, mas as barragens cumprem muito bem a função de contenção das águas", finalizou o secretário.
Prefeitos de municípios da região do Rio das Antas organizaram-se em um grupo para buscar informações sobre o quanto o funcionamento do Complexo Energético Rio das Antas pode eventualmente ter contribuído para as enchentes que atingiram a região. A Prefeitura de Bento Gonçalves enviou um ofício para a direção do Complexo Energético Rio das Antas (Ceran) pediu explicações a respeito dos fatos ocorrido no início da semana.
Nesta sexta-feira, 8 de setembro, diante da repercussão do assunto, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) emitiu uma nota falando sobre a questão das barragens. Confira o que diz a nota:
"A fiscalização e relatório de barragens para geração de energia são exclusivos da Aneel. Todavia, em caso de emergência de rompimento ou avarias, a Fepam e a Defesa Civil são acionadas, conforme previsto no Plano de Ação de Emergência, sendo esses atos exclusivo para riscos apresentados na estrutura da barragem, não tendo relação direta com a vazão. No caso das barragens da Ceran, em especial na atingida pelo evento climático (UHE Castro Alves), não existem comportas e a estrutura do vertedouro é do tipo soleira livre, ou seja, a água excedente passa por cima do barramento, não tendo ocorrido, durante o temporal, nenhuma abertura mecânica. As equipes da Fepam e da Sema estão em contato com a empresa e já solicitaram informações e relatórios sobre o caso".