O município de Bento Gonçalves produz por dia aproximadamente 112 a 115 toneladas de lixo. Atualmente, esse número corresponde a um gasto mensal de R$ 250 a 260 mil para levar o lixo produzido na cidade para a Central de Resíduos do Recreio (CRVR), em Minas do Leão. Esses valores equivalem a R$ 3 milhões anuais gastos em transporte. Com os últimos valores reajustados no contrato com a RN Freitas, o valor total para a coleta do lixo em Bento é de R$ 517.902,57, totalizando um montante de mais de R$ 750 mil por mês, valor mensal gasto com o lixo no município.
De 2010 até agora, o valor anual gasto com o lixo, que atualmente é de R$ 9.214.836,84, vem crescendo consideravelmente. No ano de 2010, foram gastos R$ 4.953.203,00, enquanto que em 2013, o valor subiu para R$ 7.343.974,71. A partir de 2015, o valor se manteve na casa dos 9 milhões de reais somando gastos em coleta e transporte.
Entretanto, esse expressivo valor tende a aumentar considerando os demais valores intrínsecos gastos com o lixo e também pelas oscilações de custos devido a possíveis eventualidades. “A deposição do material, mais a manutenção do transbordo, que tem um custo, do local, da manutenção das licenças operacionais, são custos intrínsecos dentro da legislação dentro da questão do lixo”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Silvio Pasin.
Segundo o secretário, Bento produz em média 112 a 115 toneladas/dia de lixo, que são levadas para o aterro sanitário de Minas do Leão. “Em termos de valor gira entre R$ 250 a 260 mil reais mensais. São R$ 3 milhões anuais gastos, podendo haver variações por algumas eventualidades como eventos ou aumento do lixo produzido pelas pessoas”, comenta Silvio Pasin.
Usina de Resíduos Sólidos vai gerar uma economia imediata de R$ 3 milhões gastos com o lixo
Com a construção da Usina de Resíduos Sólidos, projeto pioneiro no Brasil, resultante da Parceria Público-Privada (PPP), o secretário prevê uma redução imediata de R$ 3 milhões no valor gasto com o lixo em Bento Gonçalves. “Num primeiro momento, esse valor de 250 a 260 mil mensais na questão de transporte do lixo para Minas do Leão cessa. Estaríamos fazendo imediatamente uma economia de R$ 3 milhões anuais, essa é a nossa base de cálculo”, ressalta o secretário.
O secretário Pasin afirma que os valores que poderão ser economizados, bem como os benefícios que a Usina vai trazer só poderão ser mensurados quando ela estiver em pleno funcionamento. “Só quando a Usina estiver funcionando é que vamos poder mensurar o que mais vamos ganhar. Não temos como medir hoje, por exemplo, a questão de tempo de exposição desse lixo, que hoje ele fica no transbordo em céu aberto esperando para ser carregado. No momento que tivermos a unidade fabril funcionando, esse lixo não fica mais exposto, ele é na hora já trabalhado. Esse ganho ambiental hoje não temos como mensurar. E também estamos criando uma fonte de energia renovável sem agressão ao meio ambiente. Não existem queimas, o que é introduzido é um gás de síntese, que é um gás considerado limpo”, comenta.
Apesar da construção da Usina, que utilizará o lixo produzido em Bento Gonçalves para transformar em energia, o contrato com a RN Freitas e com a CRVR terá prosseguimento. “O que vai para Minas do Leão não vão ser mais 115 toneladas/dia. Hipoteticamente, vamos ter 10 toneladas/dia para levar, então ao invés de levar quatro caminhões grandes, vamos levar um caminhão pequeno todo dia para lá. Isso vai diminuir, no mínimo, 90% do valor que pagamos”, explica o secretário Pasin.
A licitação das obras ainda está em processo de conclusão no Tribunal de Contas, que suspendeu a licitação em outubro solicitando informações complementares. Segundo o secretário Pasin, as informações foram colhidas e já enviadas ao Tribunal de Contas, porém, por conta do recesso, só neste início de ano a área técnica vai avaliar o projeto. A licitação ainda terá que passar pelo Ministério Público do próprio Tribunal de Contas do Estado e, posteriormente, pelo conselheiro. “A informação que temos é que este detalhamento já está dentro do Tribunal de Contas de volta na sede em Porto alegre. Acreditamos que agora em fevereiro a gente consiga a liberação, pois tudo que foi solicitado foi atendido. Entendemos que ele já está em fase final de conclusão no Tribunal de Contas”, afirma o secretário.
O processo burocrático envolvendo as obras já resultou em seis meses de adiamento, período correspondente a instalação da primeira parte da planta industrial. A segunda parte, que é a instalação do sistema de pirólise, ficaria para o final deste ano, no entanto os prazos foram reajustados por conta do atraso. “Falávamos ano passado que conseguiríamos fazer isso no final de 2019, uma nova data agora será no início de 2020”, exclama Silvio Pasin.
O secretário afirma que a elaboração do processo da primeira Parceria Público-Privada (PPP), envolvendo esforços de diversas hierarquias do Estado, bem como a construção pioneira da Usina de Resíduos Sólidos servirá de espelho para outros estados do Rio Grande do Sul e do Brasil. “Sabemos que há vários municípios do Estado aguardando a conclusão do nosso para poder fazer também. Quando você é pioneiro, você também paga pelo pioneirismo. Foi muito interessante esse processo, pois aprendemos e ajudamos as entidades que fazem parte do conjunto a elaborar a primeira PPP do Estado do Rio Grande do Sul. É uma construção de grande valia e de grande importância para o futuro ambiental do país”, ressalta o secretário Pasin.