
Ainda que não sejam tão frequentes, casos de explosão e queima de telefones celulares sempre chamam a atenção pelo risco que podem oferecer aos usuários. Nesta semana, em uma residência no bairro São João, por muito pouco um aparente defeito de fabricação no aparelho não provocou uma tragédia.
Ao chegar em casa na volta do trabalho, na noite da última terça-feira, dia 2, Saly Nunes colocou o smartphone para recarregar e o deixou em cima da cama, sobre um cobertor. “De repente senti cheiro de fumaça.O quarto estava tomado de fumaça e ele queimando. A bateria explodiu”, conta. O telefone da marca Motorola era novo, tinha apenas três dias de uso.
Saly diz ainda que a rede elétrica da casa nunca havia apresentado nenhum problema que pudesse ocasionar o incidente. Ela também afirma que voltou à loja onde comprou o equipamento e as atendentes trocaram o produto por um novo. “Poderia acontecer com qualquer um, foi uma fatalidade. Mas é bom ter cuidado. As meninas da loja me atenderam muito bem e também ficaram surpresas, disseram que foi o primeiro aparelho comprado na loja que aconteceu isso”, acrescenta.
O que pode causar explosões em celulares:
A explosão de um telefone celular acontece quando a bateria do aparelho é submetida a um superaquecimento. Ela é preparada para aguentar até cerca de 135°C– acima dessa temperatura, o clima começa a esquentar dentro do aparelho.
O superaquecimento pode ocorrer em duas circunstâncias. A primeira é quando a bateria ainda está sendo carregada. O carregador tem um dispositivo de segurança que impede que entre mais energia do que o limite. Se o dispositivo falhar, o excesso de energia causa um curto-circuito (encontro dos pólos negativo e positivo) na bateria.
A segunda circunstância explosiva rola já durante o uso:é uma falha no faiscador, um item de segurança no celular que serve de filtro,separando os pólos positivo e negativo da bateria. A entrada de pó, a umidade,o calor e defeitos de fabricação podem romper o faiscador, fazendo a bateria entrar em curto-circuito.
O curto-circuito gera uma faísca, e essa faísca gera calor. Como a bateria do celular é bem compacta e o aparelho não tem nenhum tipo de ventilador, o calor fica preso e o celular se torna uma pequena panela de pressão. Se a alta temperatura conseguir amolecer o invólucro da bateria, que é feito de plástico,ele pode se romper.
Quando o lacre de plástico se rompe, o ar invade a bateria, feita de íons de lítio em uma solução líquida. Em contato com o ar, esse material entra em combustão. É aí que a explosão ocorre de fato. A combustão do lítio pode elevara temperatura a 800°C, provocando as chamas.
Confira algumas dicas de segurança para minimizar o risco de incidentes ao carregar seu celular:
– Use sempre baterias e carregadores originais da fabricante do celular;
– Revise a cada cinco anos a instalação elétrica da sua casa ou escritório;
– Evite deixar o celular carregando dentro de gavetas e caixas ou em cima de objetos inflamáveis;
– Não toque no celular carregando com as mãos molhadas;
– Evite atender ou fazer ligações enquanto carrega o celular;
– Não use benjamins (o famoso “T”), extensões,adaptadores de tomada e outras "gambiarras" ao carregar o celular;
– Não carregue o celular em ambientes com vapor ou risco de molhar (banheiro);
– Não puxe o carregador pelo cabo para tirá-lo da tomada,rompendo fios internos;
– Carregadores comprados no exterior podem não ser compatíveis com a rede elétrica brasileira;
– Não coloque objetos pesados em cima do cabo do carregador, nem torça demais o item;
– Vale a pena ficar sempre ligado no próprio site da marca do seu aparelho, caso seja informado algum recall do equipamento ou acessórios;
– Toda vez que seu aparelho celular sofrer uma queda, é interessante abri-lo e verificar se está tudo em ordem também lá dentro.