Mais uma vez um remédio usado por pessoas que fizeram transplante está em falta em Bento Gonçalves. Desde outubro, está faltando o medicamento Azatioprina, que ajuda a evitar a rejeição do órgão transplantado e mantém a saúde do paciente. Ele deveria ser distribuído pelo Ministério da Saúde, mas não há previsão de quando será reposto.
Uma dos transplantados que sofre com a falta do medicamento é o deficiente visual Volmir Raimundi. Desde outubro ele vai até a farmácia do SUS e recebe a mesma informação: "Não há medicamento, volte outro dia". Ele desabafa: "Com esforço estou comprando meus medicamentos, mas, não é tão simples. Imagino que em breve estaremos registrando casos de rejeição de transplantes com perda de vidas ou retorno a hemodiálise por absoluto descaso dos gestores da saúde pública.Todo final de ano, esta situação se repete, e nos finais de mandato a coisa piora. Será que terão de ocorrer mortes para que as autoridades venham a público falar a verdade do que está acontecendo?", reclamou.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, este medicamento está em falta e não há previsão de envio por parte do Governo Federal. Infelizmente, destaca Siqueira, o município fica de mão amarradas e não tem o que fazer, a não ser esperar. O secretário alerta também para a falta de medicamentos que são de responsabilidade do Governo do Estado, que já registram falta de 40%. "Os medicamentos que são de responsabilidade do município, estão completos e não há falta", revela o responsável pela saúde.
Diogo Siqueira revela que também houve a falta de medicamentos para pacientes com Aids e também remédios para doenças de alta complexidade. Porém, estes foram repostos no início deste ano.