O cenário político em Bento Gonçalves já começou a aquecer para a eleição municipal de 2020 e a primeira queda de braço já foi anunciada: diretório municipal do PDT e o vereador pedetista Moacir Camerini. Nesta semana, o vereador Moacir Camerini (PDT) anunciou publicamente sua pré-candidatura à prefeitura no próximo pleito, causando um desconforto interno no partido – isso porque o PDT local, sem o apoio de Camerini, está tentando fechar um acordo para embarcar na gestão de Guilherme Pasin e, assim, garantir alguns cargos na administração.
Uma das medidas tomadas pela Executiva da sigla para tentar agilizar a aproximação com o atual governo foi escolher o vereador Jocelito Tonietto para a liderança de bancada em 2019. O parlamentar já vem demostrando, principalmente desde 2016, uma afinidade com a base governista na Casa – sobretudo com o novo líder de governo, Anderson Zanella (PSD) – e deve oficializar o pacto com Pasin já no começo do novo ano.
Em recente publicação em seu site, Camerini, que também falou sobre o tema na Tribuna da Câmara, afirma que não concorda com as ações de seu partido. “Não posso ver o PDT implorando para entrar neste governo incompetente. Meu foco sempre foi um projeto maior para Bento Gonçalves, e essa postura de mendigar alguns cargos em troca do apoio da sigla não condiz com a minha forma de trabalhar, e até pode prejudicar uma futura candidatura. Seguirei firme denunciando este desgoverno”, critica. Ele salienta, ainda, que a decisão de entrar na gestão Pasin deverá ter o aval do diretório municipal do PDT, o que não ocorreu até o momento.
Camerini revela que está analisando sondagens de outros partidos. “Temos um longo caminho a percorrer, e as manifestações da comunidade também terão peso nas minhas decisões futuras. Eu tenho defendido a mudança, então não posso me aproximar de um governo que tem sido alvo de tantas manifestações negativas por parte da população”, finaliza o vereador.
PDT está com um pé no governo de Guilherme Pasin
Do outro lado da balança está o diretório do PDT, que está dando demonstrações que abandonou Moacir Camerini, esperando apenas a janela partidária em 2020 para que ele vá para outra sigla partidária. A primeira movimentação foi o apoio dado a Rafael Pasqualotto (PP) para chegar à presidência da Câmara, tendo Tonietto como vice.
O próximo passo será a entrada no governo Pasin em 2019, quando o próprio Tonietto deve ser indicato para assumir uma secretaria. Caso isso aconteça, entraria José Antônio Gava para ocupar uma cadeira na Câmara. Porém, o presidente do PDT, Manoel Nobre, o Ceará, afirma que o diretório ainda está analisando a possibilidade de entrar no governo. "Tivemos reuniões com o prefeito e ficamos lisonjeados se pudermos ajudar a melhorar a cidade faznedo parte do governo", destacou o presidente.
Colocando o PDT no governo, Guilherme Pasin faz uma jogada de mestre para enfraquecer as forças de Moacir Camerini, hoje um dos principais opositores a seu governo. Além da perda da liderança de bancada, Camerini terá menos tempo à disposição na tribuna para criticar a atual administração.
Mesmo isolado no PDT, Camerini usa como armas as redes sociais para se manter próximo da comunidade bento-gonçalvense, principalmente nos bairros onde o atendimento do poder público deixa a desejar. Este tipo de postura tem interessado a alguns partidos da cidade. Porém, a pergunta que fica é: será que um outro partido estará pronto para recepcionar um furacão chamado Moacir Camerini?