O mercado imobiliário de Bento Gonçalves está crescendo cada vez mais e isso pode ser notado pela quantidade de prédios residenciais sendo construídos em várias localidades da cidade. Além de ser uma região turística, o município também atrai muitas pessoas pelo amplo mercado de trabalho, sendo assim, os aluguéis são uma das alternativas escolhidas por essa população de fora, tanto para morar quanto para abrir o próprio negócio. Pensando nisso, a reportagem do NB ouviu empresários do setor para entender quais são as expectativas para 2023 e como está o comportamento do consumidor do município atualmente.
Segundo o proprietário da Prestige Imóveis de Bento Gonçalves, Adelgides Stefanon, o setor imobiliário se mantém estável com a virada do ano. “A situação dos aluguéis na cidade permanece em estabilidade, sendo que os residenciais há um fluxo maior de procura, assim como os industriais, com menor nível nos comerciais. Como 2022 a pandemia já estava em menor nível, os aluguéis retomaram seus níveis anteriores a 2020. Espaços mais amplos, casas, aptos com mais janelas e áreas abertas estão mais procurados,” explica Stefanon.
Agora sobre a questão dos valores é um pouco mais complicado de definir uma média, dado que são muitas variáveis (tamanho por m², quartos, garagens, banheiros, etc). “Quanto à média de valores, muda muito conforme tamanho, localização, ciclo de vida, mobiliado ou sem mobília. Portanto, não se pode ter uma média geral, pois ela não representaria a realidade aos clientes,” destaca Adelgides.
A reportagem do NB realizou uma sondagem em três sites imobiliários da cidade encontrando uma variedade de valores que pode ser conferida abaixo:
Apartamento por menos de R$ 1 mil:
1) Bairro Borgo – 1 quarto – sem mobília – 1 garagem - Área Privativa - 45,00 m² - por R$ 695 + outros encargos.
2) Bairro Aparecida – 2 quartos – sem mobília – 1 garagem – por R$ 750 + outros encargos.
3) Bairro Humaitá – 1 quarto – sem mobília – 1 garagem – por R$ 850 + outros encargos.
Casa por menos de R$ 2 mil:
1) Bairro Fenavinho – apenas Parte Superior – 2 quartos – 1 banheiro – 1 garagem – R$ 1.120 + outros encargos.
2) Bairro São Roque – individual – semi-mobiliado - 2 quartos – 2 banheiros – 1 garagem – Área total 90 m² - por R$ 1.280 + outros encargos.
3) Bairro Zatt – apenas parte Inferior – semi-mobiliado - 3 quartos – 1 banheiro – 2 garagens - Área Privativa 90,00 m² - por R$ 1.335
Quando observado os valores mais altos, é possível encontrar apartamentos para locação por mais de R$ 5 mil e casas em torno dos R$ 4.500, localizados em bairros nobres da cidade como São Bento e Cidade Alta, sendo que as regiões mais procuradas são o Centro e proximidades.
Já na área comercial, Adelgides frisa que há sempre procura e não houve uma queda tão brusca de um ano para o outro. “Está sempre movimentado, mas anda em um ritmo normal. Salas centrais são procuradas assim como salas próximas ao Centro. Há também procura por salas em locais específicos, mas para negócios que não existem nas proximidades,” frisa o proprietário da Prestige Imóveis.
E os alugueis de salas comerciais também variam de acordo com a localização e tamanho por m², na região do Centro – dentro de prédios comerciais – o menor valor encontrado foi de R$ 800 + outros encargos, já uma sala individual pode-se pagar R$ 1.000 + outros encargos (mas dependendo muito de onde está centralizada). Já em outros bairros, como São Roque, é possível encontrar alugueis de mais de R$ 7 mil; na Cidade Alta por volta dos R$ 5 mil e no bairro São Francisco cerca de R$ 3.300.
Mesmo com todas as mudanças econômicas e politicas no país, o empresário acredita que 2023 será de estabilidade no mercado imobiliário. “Quando se fala em expectativas, se fala em redução, dentro da média, ou expansão. Não vai baixar a procura, nem crescer muito. A realidade econômica do país já sugere que a procura, em vários segmentos (imóveis, automóveis, móveis, eletros, comida, servidos, etc) vai ser de relativa estabilidade,” finaliza Adelgides Stefanon.
Como está o mercado de vendas de imóveis em Bento Gonçalves
De acordo com o presidente da Associação das Empresas de Construção Civil da Região dos Vinhedos, Rafael Panazzolo, no Censo 2022, o setor da construção civil de Bento Gonçalves permaneceu aquecido, mantendo os níveis de vendas em patamar próximo a 2021, o que também foi confirmado pelo elevado número de lançamentos de novos empreendimentos. “Apesar de uma diminuição dos empreendimentos de faixa econômica na cidade, o setor continua mostrando sua força, e manteve o valor geral de venda do período próximo a faixa de 350 milhões de reais. O estoque de imóveis para venda, que teve um acréscimo de apenas 6% em relação ao ano anterior, demonstra o equilíbrio entre oferta e demanda do setor,” destaca Panazzolo.
Segundo o Censo 2022, também foi identificado a construção do total de 127 empreendimentos com áreas superiores a 500m². Destes, possuem unidades à venda ou vendidas, 88 empreendimentos, de 49 empresas/pessoas físicas. São 1.214 unidades de imóveis novos em oferta para venda, distribuídos em 1.101 unidades residenciais (90,7% do total) e 113 unidades comerciais, salas e lojas (9,3% do total). Destes, os imóveis residenciais são em sua maioria apartamentos, totalizando 1.036 unidades (94,2% do total), 51 JKs* (4,6%), 8 casas (0,7%) e 6 coberturas (0,5%). As informações obtidas pelo Censo abrangem 86% do universo total de empreendimentos.
É possível destacar ainda que das 1.137 unidades em oferta no Censo anterior, de 2020/2021, 805 unidades permanecem no Censo atual e 332 unidades não estão mais à venda, tendo sido comercializadas ao longo deste período.
Com relação à localização dos imóveis à venda, há uma predominância de imóveis em estoque no bairro Centro, seguido do Universitário, Cidade Alta e Imigrante. Os bairros que tiveram maior número de unidades vendidas em 2022 foram Cidade Alta e Imigrante, que tiveram 58 e 56 unidades vendidas respectivamente. Analisando-se a velocidade de vendas, que leva em consideração o número de unidades vendidas mensalmente, em relação ao número de unidades em oferta, os bairros que mais se destacaram foram Jardim Glória, com 66,7% e Maria Goretti com 57%. Os bairros Cidade Alta e Imigrante ficaram com 29% de velocidade de vendas.
Para o presidente, a expectativa para 2023 também é de estabilidade, além de um investimento seguro. “A expectativa para os próximos meses é de que as vendas de imóveis continuem em expansão, não somente para moradias, mas também como uma excelente e segura opção de investimento,” frisa Panazzolo.