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CNBB emite comunicado alertando para uso do vinho em igrejas de todo o país

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta terça-feira, 28 de fevereiro, uma nota pedindo que sejam usados, na celebração de missas em todo o país, apenas "vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção".

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
01/03/2023 às 14h04
CNBB emite comunicado alertando para uso do vinho em igrejas de todo o país

Após o resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, o clima em todo o país ficou tenso. Mesmo não tendo responsabilidade direta com o crime cometido contra 207 pessoas na cidade, as vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi têm sido alvo de retaliações em todo o país. A forma como a situação foi dimensionada, colocou as empresas no olho do furacão do caso, que é investigado pelo Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal. Nesta terça-feira, 28 de fevereiro, até a igreja publicou nota sobre o caso.

O comunicado foi feito pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A orientação é para que sejam usados, na celebração de missas em todo o país, apenas vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção. Foi um recado direto às empresas envolvidas no caso ocorrido em Bento Gonçalves. A nota é assinada por Dom Joel Portella Amado, Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), e Secretário-Geral da CNBB. Com sede em Brasília, a CNBB é a instituição permanente que congrega os bispos da Igreja Católica no país.

Para os católicos, durante a missa o vinho representa o sangue de Jesus Cristo. Chamado de vinho santo, ele é preparado com base nas regras do Código de Direito Canônico, que dizem que o vinho precisa vir do fruto da uva, natural e sem adição de produtos químicos. Uma das empresas que produz o chamado vinho canônico é a Salton. O primeiro enólogo da família, Antonio “Nini” Salton, elaborou em parceria com o pároco de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, um vinho específico para a liturgia, na década de 1920. Surgia então o Canônico, rótulo elaborado até hoje pela Família Salton e que, pouco a pouco, além de fazer parte das missas, no Brasil, passou a conquistar consumidores que apreciam vinhos licorosos. Isso porque a bebida é elaborada através de uma técnica conhecida como fortificação: a adição de álcool vínico, extraído de outros vinhos, preserva a doçura natural das uvas.

Nesta quarta-feira, a Família Salton divulgou uma nova nota oficial falando sobre o que está fazendo neste caso (leia a íntegra abaixo). A empresa informa que nenhum trabalhador da empresa ou prestador de serviços foi resgatado nas dependências da Vinícola. Informa ainda que também não houve relato de denúncia sobre maus tratos ou violação dos direitos humanos tanto na ouvidora de RH, quanto no canal de denúncia da empresa, disponível nas instalações, site, aplicativo e 0800.

Leia íntegra da nota da CNBB

"A Igreja tem a responsabilidade de zelar pelo tipo de vinho utilizado nas celebrações das missas. A CNBB, por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia, promoveu encontros com cerca de 15 vinícolas a respeito das caraterísticas de tal vinho.

Qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana não pode ser aprovado. Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei.

No Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, é recomendável que se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção".

Leia a íntegra da nota da Família Salton

POSICIONAMENTO OFICIAL SALTON - 01/03/2023

Em relação às notícias sobre casos de trabalho análogo à escravidão na região de Bento Gonçalves (RS), a Vinícola Salton S.A. esclarece, em primeiro lugar, que repudia veementemente qualquer ato de violação dos direitos humanos e que, em nenhuma circunstância, houve qualquer denúncia ou violação do direito do trabalhador em sua unidade. 

Ressaltamos também que repudiamos todas e quaisquer declarações, sejam de políticos, autoridades ou associações, que imputem responsabilidade sobre as vítimas. Informamos que nenhum trabalhador da empresa ou prestador de serviços foi resgatado nas dependências da Vinícola, também não houve relato de denúncia sobre maus tratos ou violação dos direitos humanos tanto na ouvidora de RH, quanto no canal de denúncia da empresa, disponível em nossas instalações, site, aplicativo e 0800.

A empresa rescindiu imediatamente o contrato com o fornecedor Fênix Serviços Administrativo, responsável pela prestação de serviço em questão, ao tomar ciência do caso, e ressalta que tal contrato visava exclusivamente a carga e descarga e não da colheita da uva, já que a Vinícola não tem atividade de colheita em Bento Gonçalves.

A Salton está adotando medidas austeras para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e que não se repitam, colaborando de forma transparente com as autoridades públicas. A empresa intensificou a fiscalização de fornecedores e prestadores de serviços e está agindo em parceria com as instituições e outras empresas locais na busca de soluções perenes.

A vinícola reitera seus valores sociais e éticos e reafirma que está trabalhando constantemente na melhoria e implementação de ações para que ocorrências como estas não se repitam.

 

Família Salton

 

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Cleusa Girardi Há 2 anos CotiporãAgora deu! A CNBB deve ficar quietinha, não tem toda essa moral, sabendo-se que vive envolta em escandalos de pedofilia e outros delitos que são abafados. E, nos seminários e conventos, o que se passa? Só quem viveu essa experiência sabe. É muita hipocresia.
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