Muitas pessoas reclamam, e em vários casos até com razão, da demora para conseguir algum atendimento público de saúde, mas, por outro lado,também há quem não valorize a disponibilidade de determinados serviços. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a exemplo de outras situações anteriores, voltou a chamar a atenção da comunidade bento-gonçalvense para o alto índice de falta de pacientes em consultas agendadas e retirada de exames nas unidades de saúde do município.
Na Unidade Central, somente em 2016, cerca de 400 exames marcados não foram realizados. “Sempre que o médico solicita um exame, pedimos um prazo,que geralmente gira em torno de cinco a sete dias, para que o mesmo retorne para buscar a requisição e o agendamento. No primeiro semestre deste ano tivemos 246 exames perdidos, ou seja, o horário foi marcado, mas o paciente não veio buscar a requisição e não foi fazer o exame. E este número se refere a esta unidade. Imagine se somarmos todas as outras”, frisa a coordenadora do turno da tarde da Unidade Central, enfermeira Keli Feijó.
Com relação aos exames prontos, e que não foram retirados para levar ao médico para análise, foram 60 laboratoriais e 61 de Raio-X entre janeiro e junho. “Os números são preocupantes, pois muitos pacientes aguardam agendamento de exames caros, realizados somente fora do município, ao passo que os que conseguem não dão a devida importância”, complementa Keli.
Além dos exames laboratoriais (de sangue, urina e outros) e Raio-X, que são exames comuns e frequentes, existem requisições perdidas de exames como tomografia, ressonância magnética, mamografia, ecografia mamária,endoscopia e outros solicitados por especialistas da rede pública de saúde.“Não temos como controlar e incluir nesta soma os pacientes que levam as requisições e não vão fazer os exames, ou então que levam os exames prontos e não retornam para mostrá-los ao médico”, finaliza a enfermeira.
Centro Materno
A ausência às consultas agendadas é um problema de todas as unidades, inclusive do Centro de Referência Materno-Infantil (CRMI). Uma das coordenadoras da Unidade, Débora Gallina Deitos, aponta que, somente no mês de junho, foram registradas 120 faltas, sendo 48 com ginecologista/obstetra, 14 com psicólogo, 49 com psiquiatra, três com nutricionista e seis com enfermeira.“O número é alarmante, mesmo que tenha reduzido consideravelmente em relação aos meses anteriores”, salienta.
No primeiro semestre de 2016, o CRMI registrou 730 faltas a consultas. O maior número se refere a marcações com ginecologista/obstetra, com 287 faltas, seguido por psiquiatra, com 227; psicólogo, com 86; enfermeira, com 51 e nutricionista, com 29. “Procuramos trabalhar da melhor forma, sempre alertando sobre a importância de comunicar a impossibilidade de comparecer às consultas, mas isto não tem ocorrido”, lamenta a coordenadora.