Reaberto nesta semana para visitação da comunidade bento-gonçalvense e turistas, o Museu do Imigrante – que teve seu prédio centenário restaurado e entregue pela prefeitura no último sábado, dia 25 – voltou a funcionar revigorado, com importantes melhorias estruturais e o resgate de aspectos originais da obra. Completamente fechado desde agosto de 2010, o local novamente abriga elementos que recontam a trajetória da imigração italiana no município, mas também retornou à ativa com um antigo problema ainda não solucionado: a acessibilidade de cadeirantes ou até pessoas com mobilidade reduzida ao segundo piso.
Desmembradas da proposta original de restauro para reduzir custos e agilizar a captação, as intervenções para permitir que esse público com necessidades especiais também tenha condições de conhecer parte do acervo exposto ainda não têm data para ocorrer. O secretário municipal de Cultura, Evandro Soares, reconhece as limitações, mas destaca que, daqui para frente, o objetivo é buscar a execução da próxima etapa, que prevê ações de modernização e acessibilidade, inclusive com a utilização de informações em Braille, para deficientes visuais. “Por enquanto, temos um Museu apenas visual, mas a intenção é ampliar esse atendimento”, afirma Soares.
De acordo com o projeto que havia sido aprovado em 2008, a entrada principal do espaço cultural seria transferida para a parte de trás, onde contaria com rampa e um elevador (veja reprodução abaixo). Entretanto, essa fase ainda pendente dependerá da elaboração do projeto e busca de recursos por meio de lei de incentivo à cultura estadual ou federal ou de um edital do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), e ainda não tem previsão.
Em contraste com a completa recuperação estrutural, a instalação de iluminação mais moderna, a revitalização da pintura e a restauração de todas as aberturas, por exemplo, mais um ponto negativo que se manteve foi a escada que leva ao andar superior e obstrui parte daquele que deve ser o futuro acesso. Nesse aspecto, nenhuma alteração deve ser feita. No térreo, com a remoção do banheiro – que agora fica à disposição dos frequentadores somente na Fundação Casa das Artes – houve um ganho de espaço, mas nesta segunda-feira, 27, um dos cômodos ainda era usado como um desorganizado depósito.
Há seis anos alojado na reserva técnica, no subsolo da Casa das Artes, o acervo que volta a ser exibido abrange a reprodução de ambientes de antigas moradias dos imigrantes, peças de trabalho e uso cotidiano e, como destaque, a sala de gaitas, que conta com exemplares que tiveram peças trazidas da Itália e montadas aqui. Uma exposição fotográfica com várias imagens antigas da cidade também foi preparada para a reabertura.
Revisão e captação
Inicialmente, a Lei Rouanet liberou a captação de quase R$ 1,1 milhão para o restauro do Museu do Imigrante. Entre 2009 e 2012, porém,o Poder Público não conseguiu apoio por meio da destinação do Imposto de Renda de pessoas físicas ou jurídicas. Em 2013, com a contratação de uma empresa especializada e depois de revisar o orçamento, a prefeitura, enfim, avançou com a captação e encontrou condições de alavancar os trabalhos, que se intensificaram no final de 2014. Com os rendimentos, foram aplicados cerca de R$ 800 mil no restauro.
Horários de visitação
– De terça a sexta-feira:
8h às 11h30 e das 13h30 às17h
– Aos sábados:
9h às 17h
– O setor administrativo abre, onde podem ser feitas consultas e pesquisas, abre de segunda a sexta-feira