
Um dos coordenadores da campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou ao Estadão que o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, vai deixar o comando do banco estatal para que as denúncias de assédio sexual não sejam usadas durante a campanha para a reeleição. "O presidente Bolsonaro vai ser responsável por questões pessoais? O presidente não tem obviamente nada a ver com isso", afirma.
Flávio Bolsonaro confirmou que Guimarães, que está à frente da Caixa desde o início do governo Jair Bolsonaro, em 2019, deve deixar a presidência do banco estatal por decisão do presidente Bolsonaro "para preservar o próprio Pedro e o governo mostrar que não compactua com isso".
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra Guimarães. A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo, foi confirmada pelo Estadão. Cinco funcionárias relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco. A revelação das denúncias foi feita pelo site Metrópoles na terça-feira, 28.
Sobre a escolha da substituta, a secretária do Ministério da Economia, Daniella Marques, o senador disse que o nome foi pensado para dar uma "resposta mais do que clara" de que o presidente não admite esse tipo de conduta dentro do governo. Segundo o filho do presidente, a troca deve sair de hoje para amanhã.