Sexta, 23 de Maio de 2025
5°C 17°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Inaugurado para votações na pandemia, Plenário Virtual é incorporado à rotina da Câmara

Najara Araujo/Câmara dos Deputados Sessão deliberativa virtual do Plenário durante a pandemia Inaugurado em março de 2020, o sistema de votação r...

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
31/05/2022 às 17h35
Inaugurado para votações na pandemia, Plenário Virtual é incorporado à rotina da Câmara
Sessão deliberativa virtual do Plenário durante a pandemia - (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

Inaugurado em março de 2020, o sistema de votação remota da Câmara dos Deputados surgiu para permitir que matérias importantes fossem discutidas e votadas com agilidade pelo Plenário, mesmo durante o isolamento social exigido durante a pandemia de Covid-19. Após dois anos de funcionamento, o sistema se tornou uma realidade no cotidiano dos parlamentares que hoje ainda podem votar pelo celular, desde que registrem presença na Casa.

O Plenário Virtual, como é chamado, foi desenvolvido pela Secretaria-Geral da Mesa e pela Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação a partir do InfoLeg, um aplicativo de celular criado em 2016 com o objetivo de prestar informações em tempo real para a sociedade sobre a atividade legislativa.

Durante a pandemia, o aplicativo foi adaptado para funcionar como um posto remoto de votação. Para tanto, bastava o deputado marcar sua presença duas horas antes das sessões virtuais. “Essa solução colocou a Câmara em grande destaque em relação a outros parlamentos no Brasil e no mundo. Até então, nenhuma Casa legislativa tinha uma solução como essa, de mobilidade e facilidade de uso”, observou o servidor da Câmara Fernando Torres, que é o gerente do projeto.

Torres explicou que o trabalho remoto para os parlamentares foi implementado de forma gradual. No primeiro momento, a prioridade era o funcionamento da sessão do Plenário, porque existiam medidas urgentes que precisavam ser votadas em razão da pandemia; em seguida, foram criadas outras funções no aplicativo, como a de inscrição de oradores, de inversão de pauta, de orientação de votação pelas lideranças, entre outras.

Tela do painel de votação no Plenário da Câmara
Tela do painel de votação no Plenário da Câmara - (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

“Esse processo foi evoluindo e nós tivemos mais funcionalidades, criamos novos recursos para que o próprio deputado, pelo aplicativo, pudesse se inscrever para falar nos diversos momentos da sessão. E continua evoluindo, hoje. O deputado pode assinar um projeto de lei pelo próprio celular”, completou Torres.

A coordenadora de Inovação, Governança e Estratégia Digital da Câmara, Patricia Almeida, ressaltou que o aplicativo está pronto para operar nos casos de trabalho presencial, remoto ou híbrido. Ela acrescentou ainda que o sistema virtual pode ser usado para deputados com problemas de locomoção ou em licença maternidade, como ocorre na Espanha.

“A Câmara não se restringiu a oferecer um aplicativo só para votações. Ela aproveitou o Infoleg App, já disponível para os cidadãos, e agregou funções que seriam usadas apenas pelos deputados. Esse ecossistema deu mais segurança, mais conforto aos deputados que poderiam consultar as informações de que precisavam antes de fazer a deliberação”, explicou a servidora da Câmara.

Hoje, funciona um sistema híbrido que permite a votação pelo aplicativo e pelos postos de votação no Plenário e nas 16 comissões. Para isso, é necessário que o deputado marque presença no edifício da Câmara.

Perpétua Almeida aponta prós e contras
Perpétua Almeida aponta prós e contras - (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)

Impactos
Quanto aos impactos na produtividade do trabalho parlamentar, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) apontou vantagens da votação a distância, no contexto da crise sanitária. “O programa foi muito importante, especialmente no momento mais difícil que era a pandemia, quando nós votamos o 'orçamento de guerra', liberando todo o recurso necessário para salvar vidas, para equipar hospitais, para comprar EPIs, para garantir a vacina”, disse.

No entanto, a deputada afirma que seria necessário haver reconhecimento facial. “Não tem como auferir se é o parlamentar que está votando, porque em nenhum momento o sistema pede o rosto de quem está votando”. Outro problema, na visão de Perpétua Almeida, é que a distância dificulta o debate na Casa. “Quando você tem os parlamentares no Plenário, esse debate flui, os argumentos funcionam. Em muitos momentos, eu vi propostas para o País serem recusadas porque não foram debatidas suficientemente no Plenário”, disse.

Para José Medeiros, sistema veio para ficar
Para José Medeiros, sistema veio para ficar - (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

Para o deputado José Medeiros (PL-MT), o sistema híbrido é uma ferramenta importante para o processo legislativo e “veio para ficar”. “Às vezes, você está em algum ministério e de repente tem uma votação nominal, e hoje você pode votar remotamente”, argumentou.

Adaptações
O objetivo do sistema de votação virtual foi reproduzir em salas virtuais a mesma experiência que tinham os deputados nas sessões presenciais. Para tanto, explicou Fernando Torres, foi necessário superar alguns desafios, como controlar o tempo de microfone durante as sessões.

“Uma sala com 513 deputados não pode ficar com o microfone aberto para todos eles, porque seria um caos na condução, pelo presidente, de sessões com tantas pessoas interagindo”. Para contornar o problema, foram criadas salas para os líderes, em que os microfones ficavam sempre abertos, e salas para os deputados.

Outra questão que exigiu adaptação foi a segurança: “Sempre esteve no nosso radar essa questão das operações realizadas com toda a segurança e integridade das informações. Então implantamos diversos mecanismos que possibilitaram que as transações fossem feitas de forma segura, como é o caso de chaves criptográficas, segundo fator de autentificarão, entre outros”, informou Torres.

 

 

O gráfico acima mostra as estatísticas das sessões do Plenário antes e durante a pandemia de Covid-19.

Quando foi implantado o sistema de votação virtual, o acesso às dependências da Câmara eram muito restritos e praticamente tudo era remoto. Depois, houve um retorno gradual.

Atualmente, é necessária a presença na Casa. Os parlamentares têm liberdade de votar pelo app ou presencialmente. O sistema está configurado para aceitar qualquer parâmtetro: todos virtualmente, todos presencialmente, ou parte presencial e parte virtual.

Em 2020, o número de deputados votantes foi superior ao de deputados que registraram presença, pelo fato de que não era obrigatório o registro de presença antes da votação.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
16°
Tempo nublado
Mín. Máx. 17°
16° Sensação
1.79 km/h Vento
80% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
07h07 Nascer do sol
07h07 Pôr do sol
Sábado
17°
Domingo
22° 12°
Segunda
18° 13°
Terça
18° 13°
Quarta
15°
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,65 -1,15%
Euro
R$ 6,42 -0,45%
Peso Argentino
R$ 0,00 +2,13%
Bitcoin
R$ 651,574,58 -1,85%
Ibovespa
137,614,31 pts 0.25%
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada