A moradora do bairro Zatt, Vera Lúcia Vargas do Sacramento, de 54 anos, sofre com uma fissura no abdômen há seis anos, por um erro médico grave em procedimento cirúrgico realizado em 2012. Vera fez a cirurgia em Bento Gonçalves para a retirada de uma trompa, mas o médico acabou perfurando o estômago da paciente, resultando em uma fístula estercoral (fístula que expele matérias fecais) de alto débito. O secretário Municipal da Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira confirmou a autorização da cirurgia, mas a família da paciente ainda não foi avisada.
Desde 2012, Vera convive com o sofrimento de possuir uma grande fissura em seu estômago, causada por negligência médica. Segundo ela, já foram realizadas 15 cirurgias para corrigir o erro, 14 delas realizadas em Bento Gonçalves pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas até agora a situação da fístula continua da mesma forma. Neste mês, Vera recorreu à Comissão de Saúde, presidida pelo vereador Moacir Camerini (PDT), para agilizar o processo para que a cirurgia seja marcada o mais rápido possível.
Vera possui uma fístula estercoral, fissura e infecção na parede abdominal e aderências intestinais, necessitando de uma esterectomia (fechamento da fístula). Dentre os sintomas causados pela fístula, Vera reclama de muita dor e febre, distensão abdominal, vômitos e saídas de fezes pela abertura, tendo que conviver com um odor insuportável por conta disso. Além de resultar na destruição da parede abdominal, caso a infecção se agrave, Vera corre risco de vida.
A moradora de Bento Gonçalves, natural de Marau, procurou cirurgiões do município e também na UPA e todos eles comentaram que o procedimento é complicado. “Procuramos dois cirurgiões e também no 24 horas e todos disseram que a cirurgia é muito complicada. Um deles comentou que era melhor não ser feito aqui (Bento Gonçalves)”, afirmou Vera.
Após realizar um encaminhamento em abril deste ano para que a cirurgia pudesse ser realizada com urgência, Vera só realizará a reconsulta nesta quinta-feira, dia 26, para mostrar os exames e para marcar a cirurgia. Segundo ela, o procedimento cirúrgico só seria realizado em julho do próximo ano.
Segundo o secretário municipal da saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, atendendo ao pedido, já foi autorizada a cirurgia para Vera e a sua reconsulta foi agilizada. “Existe uma fila que a gente respeita, mas existem casos de urgência e brevidade que a gente acaba priorizando. No caso dela, vamos avaliar porque foram feitas tantas cirurgias, o caso dela é muito delicado”, afirma Diogo.