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Mulheres negras gaúchas são homenageadas em exposição "Donas da história"

Foi inaugurada no Palácio Piratini, na tarde desta sexta-feira (19/11), a exposição fotográfica "Donas da História", que homenageia mulheres negras gaúchas.

19/11/2021 às 20h00 Atualizada em 21/11/2021 às 13h35
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom Rio Grande do Sul
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A mostra apresenta fotografias de 16 mulheres negras gaúchas - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
A mostra apresenta fotografias de 16 mulheres negras gaúchas - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Foi inaugurada no Palácio Piratini, na tarde desta sexta-feira (19/11), a exposição fotográficaDonas da história, que homenageia mulheres negras gaúchas. A mostra faz parte das ações que marcam o centenário da sede do Executivo e os 50 anos da escolha do 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, data estabelecida a partir de um movimento que começou no Rio Grande do Sul e se tornou nacional.

A exposição destaca 16 mulheres negras gaúchas, oito delas in memoriam, e tem curadoria da historiadora da arte e curadora do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), Izis Abreu, e da assessora de Diversidade da Secretaria da Cultura (Sedac), Clarissa Lima.

“Estamos desde maio com inúmeras atividades alusivas ao cinquentenário do 20 de novembro e essa foi mais uma iniciativa, uma construção coletiva muito bonita entre a secretaria e a equipe do palácio para homenagear essas mulheres que têm importância muito grande para a comunidade negra e que se veem aqui hoje representadas”, destacou a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.

Durante a abertura da exposição, o salão Negrinho do Pastoreio – principal espaço do Palácio Piratini – foi ocupado pela emoção e pela reverência à ancestralidade negra do povo gaúcho. As fotografias ficam expostas até 20 de dezembro e buscam dar visibilidade para as mulheres negras gaúchas de diferentes gerações, que fizeram seus destinos vencendo os obstáculos impostos pelo racismo e a discriminação de gênero.

Vera Daisy destacou a importância de que negras, muitas sempre escondidas no trabalho serviçal, subam as escadarias do palácio
Vera Daisy destacou a importância de que negras, muitas sempre escondidas no trabalho serviçal, subam as escadarias do palácio - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

A jornalista Vera Daisy Barcellos, uma das homenageadas, se emocionou ao falar sobre o momento. “Em 1970 eu estava ao lado de Oliveira Silveira, jovem poeta e militante que provocava a juventude para que nos inteirássemos sobre o movimento negro. Ali estava sendo gestado, por homens e mulheres negros e também por não negros, aquilo que seria o 20 de novembro, uma referência a Zumbi e Dandara dos Palmares. Estar hoje neste espaço, subindo as escadas deste palácio com tapete vermelho, é algo muito significativo para todas nós, considerando que a maioria de nós, mulheres negras, está sempre escondida no trabalho serviçal”, ressaltou.

Secretaria Beatriz entregou a medalha do Centenário do Piratini para Angela Chaves
Secretaria Beatriz entregou a medalha do Centenário do Piratini para Angela Chaves - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Outra homenageada foi a chefe da Recepção do Palácio Piratini, Angela Chaves, que recebeu a medalha do Centenário do Piratini sob uma onda efusiva de aplausos da plateia. Ela trabalha há 14 anos recebendo as pessoas nas portas do Executivo e guiando os visitantes, deixando a marca do seu carisma por quem passa pelo local. "Amo gente e amo o meu trabalho. Só tenho a agradecer por estar aqui e por essa homenagem", disse.

A curadora Clarissa Lima explicou que a seleção buscou valorizar as conquistas das homenageadas. “A mulher negra enfrenta dois obstáculos, o de gênero e o de raça, o que faz com que ela tenha muito mais luta no seu caminho. Sabemos que são muitos os problemas de racismo estrutural. Com essa homenagem, queremos mostrar que existem muitas mulheres negras com representatividade, talento e sucesso, que merecemos estar neste espaço, na casa mais simbólica do Estado”, afirmou.

Também responsável pela curadoria da mostra, Izis Abreu explicou que a ideia surgiu a partir das suas pesquisas sobre a representação de sujeitos negros na história da arte, especialmente a figura das quitandeiras negras. “Não se fala da importância dessas mulheres para a história do povo negro, mas elas foram essenciais, porque, através da atividade da quitanda, conseguiam comprar a sua alforria e a de outros escravizados e ascender socialmente. A partir disso quisemos pensar o que as mulheres negras estão fazendo hoje e como estão avançando e lutando contra o racismo. Então escolhemos profissionais de diferentes áreas para mostrar que, apesar de historicamente as mulheres negras terem sido colocadas em um lugar de subalternidade, elas não aceitaram a história que foi imposta e se tornaram donas da sua própria história”, detalhou.

Homenageadas da exposiçãoDonas da história

• Amancia Coringa
• Cristal
• Daiane dos Santos
• Giane Escobar
• Judith Bacci
• Karen Luise Vilanova
• Mãe Preta
• Mãe Rita
• Maria Ignácia da Conceição
• Onira Pereira (in memoriam)
• Rainha Ginga Severina Maria Francisca Dias, a Sibirina
• Regina Nogueira
• Sirlei Amaro
• Teresa Franco
• Valéria Barcellos
• Vera Daisy Barcellos

Texto: Thamíris Mondin
Edição: Secom

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