O número de novas empresas abertas no município de Bento Gonçalves neste primeiro semestre de 2017 cresceu consideravelmente em comparação ao mesmo período de 2016, possuindo um saldo positivo em relação a novos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e empresas fechadas. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, nos primeiros seis meses deste ano, foram abertas 699 novas empresas na cidade, representando um aumento de 10,4% em comparação ao primeiro semestre do ano passado, que teve um número de 633 novas empresas. Já quanto ao fechamento de empresas no município, observou-se uma diminuição de 15% em relação a 2016, com um total de 272 CNPJs cancelados até então neste ano.
O crescimento do número de novas empresas se mostrou gradativo neste primeiro semestre de 2017. No primeiro trimestre, foram inscritos um total de 343 CNPJs, enquanto que no segundo trimestre, o número continuou aumentando, com 356 novos CNPJs cadastrados no município. Segundo o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Sílvio Pasin, o aumento do número de novas empresas em meio ao desemprego é de extrema importância para economia do município. "Se eu tenho empresas abrindo, eu tenho empregos sendo gerados, e se eu tenho empregos gerados, nós temos a economia rodando, a roda da economia acaba funcionando. A cada empresa aberta, pode ter certeza que é um posto novo de trabalho e é mais alguém que fixa sua residência no município e não fica a marginalidade. Para a economia no total ela é extremamente importante, porque temos questões de saúde, todas essas questões, uma população que tem emprego, ela tem menos problemas de saúde e ela tem menos problemas de pensar em coisas negativas", afirma o secretário.
Segundo Sílvio Pasin, a maioria dessas novas empresas que estão surgindo são oriundas de um perfil de empreendedor que já possui qualificação e experiência. Além disso, ele afirma que Bento Gonçalves, por ser uma cidade rica em turismo, enoturismo e por ser um polo moveleiro, acaba gerando uma gama de novos empreendimentos. "Temos por veia e é natural da região o empreendedorismo. E como somos uma indústria informatizada e extremamente tecnológica, ela acaba criando uma mão de obra especializada, não só uma mão de obra braçal. Se você pegar qualquer indústria nossa hoje, as pessoas são treinadas a serem líderes, são treinadas a trabalhar com equipamentos de ponta de última geração, então quando uma empresa tem seu alto e baixo e se obriga a dispensar funcionários, esses funcionários têm a capacidade de investir neles mesmos e se tornarem microempreendedores. Hoje temos uma gama grande de pequenas empresas surgindo. O cara que saiu, colocou sua microempresa, levou junto o seu amigo, o seu filho, ele está gerando uma nova empresa de menor porte e ao mesmo tempo ele está abastecendo a grande indústria. Isso é um grande diferencial da cidade, nós temos uma mão de obra qualificada e por isso temos esse número de novas empresas surgindo. Temos empresas surgindo na área de alimentação, na área de prestação de serviços diversos, na área de transporte, no turismo, é uma gama que vem em cima daquilo que já temos. Nossos pequenos ramos produtivos locais, que é moveleiro, vinícola e o turismo, eles acabam gerando novos conceitos", ressalta Sílvio Pasin.
O número crescente de CNPJs também evidencia o aumento expressivo de Microempreendedores Individuais que, de acordo com o secretário, gira em torno de 60% a 70% do número de CNPJs no município. "Não é só o aquele que perdeu o emprego que está indo para ser microempreendedor individual. Existem muitas pessoas que estavam na informalidade e que estão começando a se formalizar pois conseguem ver futuro melhor porque eles podem fornecer documentação para trabalhar para outros. São questões de terceirização, quarteirização, é uma série de ações que, em um primeiro momento, parecem prejudiciais, mas não, muito pelo contrário, ele acaba girando bastante a economia", afirma o secretário.
Projeto de Lei de incentivo a novas empresas poderá contemplar novos empreendimentos em breve no município
O Projeto de Lei de incentivo, criado em 2015, está contemplando atualmente um total de 17 empresas em Bento Gonçalves, e o número poderá quase dobrar em breve. Segundo o secretário, 14 novos projetos estão encaminhados ao projeto e poderão ser concretizados em breve. Das 17 empresas, três delas já obteve o seu ciclo completo de investimento. "Quando criamos a sala do empreendedor em 2015, a função dele, o primeiro passo era desburocratizar, entende-se aqui como desburocratização não a eliminação de regras, e sim a automatização e a melhora nos processos. Para abrir uma empresa em Bento era necessário quase 70 dias, hoje, dependendo do porte da empresa, em 48 horas ela já está aberta. Então isso é um facilitador para o empreendedor, ele se sente incentivado a investir no município. Isso automaticamente acaba aumentando o número de empresas. Temos visitas de várias empresas de fora vindo se instalar em Bento em busca dessas oportunidades em virtude desse clima criado", afirma Sílvio Pasin.
O secretário também exalta a importância do empreendedorismo e desse facilitador para os empreendedores para que o desenvolvimento, apesar do contexto econômico do país, continue crescendo no município. "Não nos preocupamos só de trazer novas empresas, mas também fortalecer aquelas que aqui já existiam. Esse é um fator determinante para a gente tenha um crescimento, mesmo com a crise, que ela também chegou em nós, mas esse poder empreendedor, essa disponibilidade de novos negócios, eles façam com que o município continue crescendo", afirma o secretário.