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Sistema que promete viagens da Serra Gaúcha a Porto Alegre em até 20min detalha funcionamento

Hyperloop utiliza cápsulas de transporte em um modal que alcança mais de 1.000km/h

30/08/2021 às 08h29 Atualizada em 03/09/2021 às 09h59
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Olhar Digital
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(Reprodução)
(Reprodução)

Discutido como uma alternativa de transporte ultrarrápido para conectar a Serra Gaúcha a Porto Alegre em menos de 20 minutos, o Hyperloop voltou a ficar em evidência nos últimos dias com a divulgação de um vídeo da companhia Virgin Hyperloop detalhando, em uma projeção, como seria o funcionamento do sistema em sua fase comercial.

No começo do ano, o Governo do Estado assinou um acordo para o desenvolvimento de um estudo de viabilidade para a implantação do modal nesta rota. O Hyperloop é um veículo de levitação magnética – maglev – que circula em um túnel com pressão baixa, próxima do vácuo, em velocidades que podem superar 1.000 km/h. A união da ausência de trilhos com a baixa resistência do ar é o que permite essa rapidez de deslocamento.

Além disso, no lugar de usar composições tradicionais de trem, como um maglev, cada vagão é autônomo e chamado de “pod”. Na prática, pods viajam em conjunto, formando comboios como os trens, mas sem ligação física entre eles.

O vídeo publicado levantou muitas dúvidas sobretudo a respeito da segurança do sistema: há, por exemplo, riscos óbvios inerentes a um túnel de até centenas de quilômetros com uma diferença de pressão com o entorno. Em tese, poderiam implodir. Mais ainda com veículos tão rápidos. Pods com defeito num longo túnel poderiam paralisar o sistema inteiro, reduzindo a viabilidade comercial, que também pode ser comprometida por pods viajando individualmente, além do próprio traçado, como planejar curvas com essa velocidade toda. 

Em meio a esses questionamentos, o canal Olhar Digital fez uma entrevista com a Virgin Hyperloop, reproduzida abaixo.



Entrevista com a Virgin Hyperloop:


Se um pod (isto é, um vagão) quebrar no meio do caminho, como seria o processo de recuperação?
Nosso sistema é desenhado para ser altamente modular e redundante. Temos múltiplos aparelhos de levitação, motores de propulsão e conjunto de baterias, que garantem que o pod pode continuar rumo ao seu destino com segurança – mesmo no caso de falhas múltiplas de sistema. Essa arquitetura integrada de segurança é possível porque a levitação, propulsão e energia estão todos no pod.

Não parece haver nenhuma comporta de ar no caminho mostrado no vídeo. Isso quer dizer que, em caso de manutenção ou quebra, o túnel inteiro, de centenas de quilômetros, precisa ser pressurizado [isto é, ficar sem vácuo]?
Garantimos a consistência da pressão usando bombas de vácuo distribuídas. Provisões de segurança para repressurização rápida assim como capacidade de manutenção são garantidas usando válvulas de escape e válvulas de isolamento. Fizemos centenas de testes para verificar essa tecnologia no nosso campo de testes DevLoop em Nevada [estado americano de Las Vegas].

Se um túnel romper (e entrar ar), como impedir que a diferença de pressão force os pods violentamente em direções opostas?
Os tubos são desenhados para manter a integridade estrutural geral numa vasta gama de eventos de ruptura. Fizemos uma análise e testes extensivos para validar nosso design. Nossa resposta a ruptura é intencionalmente repressurizar o tubo em segundos com pequenas válvulas ao longo da rota.

Se houver pressurização, os pods podem se mover normalmente em túneis cheios de ar? Quão rápido?
Os pods vão continuar a viajar com segurança até o próximo portal mesmo com uma ruptura significativa. Um vazamento sustentado pode impactar a velocidade e eficiência de energia, mas não causaria um problema de segurança porque o veículo é desenhado para suportar uma carga aerodinâmica [isto é, resistência do ar] maior que a normal.

Cada pod tem que ser repressurizado individualmente no final do percurso? Isso não tornaria o sistema lento em comparação com um trem?
O Virgin Hyperloop é desenhado para mitigar desgasto causado por ciclos de pressão. O tempo de vida útil de uma aeronave não é medido apenas em anos, mas em ciclos de pressurização. Por essa razão, o pod do hyperloop é mantido num ambiente de baixa pressão, exceto por atividades de manutenção agendada. Os passageiros embarcam por uma câmara pressurizada que provém uma rampa protegida até o pod, em pressão atmosférica. Do ponto de vista do passageiro, não vai ser diferente de entrar pelas portas de um elevador.

Qual é o ângulo de curvatura de uma linha do Virgin Hyperloop?
Como o hyperloop pode fazer curvas fechadas, podemos usar uma maior variedade de caminhos [comparado a um trem]. Por exemplo, podemos usar muito menos terreno quando construímos uma curva para uma estação numa área urbana densa. Inclinar [o pod, como um avião fazendo curvas] nos permite atingir altas velocidades suavemente, com um raio de curvatura com 4,5 vezes a capacidade de trens de alta velocidade.

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Eduardo Machado Há 3 anos Santa Maria/RS Nem um trem de transporte de passageiros descente nos temos no Brasil, ao contrário do resto do mundo. Essa obra não sai do papel!!
José Luiz CarraroHá 3 anos Barra Velha SCSe na compra de 200 respiradores roubaram R$ 33 milhões e os aparelhos nunca apareceram, imagina o que vai ser afanado nessa obra!!!
Odair Cesar ZeniHá 3 anos Bento GonçalvesSó vi este sistema em teste na China, mas diferente desta tecnologia. Pelo sistema chines, parece-me muito mais seguro e ainda em testes.
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