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Por que não há coleta de doações de sangue em Bento Gonçalves?

Hospital Tacchini e prefeitura explicam por que os interessados em ajudar precisam se deslocar a Caxias e se essa situação pode mudar em breve

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
09/08/2021 às 16h56 Atualizada em 09/08/2021 às 17h04
Por que não há coleta de doações de sangue em Bento Gonçalves?
(Foto: Ascom HSVP/Caroline Silvestro)

A doação de sangue tem um papel inquestionável na saúde, salvando vidas que a todo momento dependem da boa ação de pessoas que se dedicam à causa. Infelizmente, os estoques dos hemocentros gaúchos (e de outros estados) praticamente nunca operam em uma condição de tranquilidade.

Por outro lado, sempre que o assunto doação de sangue é abordado em Bento Gonçalves, como novamente ocorreu na Sessão da Câmara nesta segunda-feira, dia 9, ressurgem as indagações: por que a Capital do Vinho não tem mais uma unidade de coleta, como há alguns anos funcionava no Hospital Tacchini? Há alguma possibilidade de que este serviço seja retomado na cidade?

Hoje, os bento-gonçalvenses que desejam doar sangue – mesmo para os pacientes locais que tenham dependido de transfusões – precisam se dirigir ao Hemocentro de Caxias do Sul (Hemocs). Há, todo sábado pela manhã, transporte gratuito oferecido aos interessados mediante agendamento (confira abaixo), mas essa necessidade de deslocamento sempre é apontada como um dos fatores para a pouca adesão.

Até outubro de 2018, o Tacchini manteve um posto de coleta em seu prédio. Agora, o hospital mantém em funcionamento a sua Agência Transfusional, criada em 1997, para viabilizar a utilização do material pelos pacientes, mas sem habilitação para atender doadores. "Devido à necessidade do Hemocs de centralizar toda a produção dos hemocomponentes em um único lugar, foi decidido que não aceitariam mais que o Tacchini tivesse uma agencia de coleta e transfusão", explica o Dr. Victor Hugo Pereira, Hematologista do Hospital Tacchini.

Pouca reposição
Atualmente, o hospital utiliza uma média mensal de 238 bolsas de Concentrado de Hemácias (CHAD). "Mas, quando somamos os outros hemocomponentes, a média chega a 500 bolsas por mês", acrescenta Pereira. Por outro lado, a média mensal de reposição tem ficado em cerca de 50 doadores/mês, quando o ideal seria que chegasse pelo menos a 100. Em 2021, o agravamento da pandemia de Covid-19 fez as doações diminuírem ainda mais. Em março, por exemplo, foram registrados apenas 31 doadores. Mesmo assim, sem uma mudança no sistema estruturado pelo Hemocs, a retomada desse serviço no Tacchini atualmente ainda é inviável.

O que diz a prefeitura
Questionada sobre o interesse do Poder Público e a possibilidade de haver alguma tratativa para Bento Gonçalves receber uma central de coleta de doações de sangue, a prefeitura informa que a "Secretaria da Saúde já está em contato com o Estado para verificar quais são as necessidades para que o município possa ter um braço da hemorrede na cidade para doação de sangue". "Quando tiver esse retorno, o município vai poder organizar o melhor local para funcionamento", completa a nota.

Na Sessão Ordinária do Legislativo bento-gonçalvense desta segunda, outra possibilidade discutida pelos parlamentares foi a aquisição de um ônibus adaptado para a coleta e posterior encaminhamento do material a Caxias do Sul. Uma sugestão levantada no debate foi a compra por meio do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga) – assim, o veículo seria utilizado por todos os municípios envolvidos no processo.

TRANSPORTE GRATUITO PARA DOAÇÃO DE SANGUE:
– Sábados, às 7h30
– Saída: em frente ao Pronto-Socorro do Hospital Tacchini
– Agendamentos: (54) 3455.4151
– Durante a pandemia, o veículo é higienizado a cada viagem e a distância mínima entre passageiros é respeitada. Além disso, os doadores são orientados a permanecerem de máscara durante toda a viagem. 

CRITÉRIOS BÁSICOS PARA DOAÇÃO:
– Estar bem de saúde
– Pesar mais de 50kg
– Dormir, no mínimo, 6h na noite anterior à doação
– Não estar de jejum e evitar alimentos gordurosos nas últimas 3h
– Não ingerir bebida alcoólica nas 12h antes à doação
– Não fumar por 2h antes à doação
– Ter idade entre 18 e 69 anos
– Jovem de 16 e 17 anos podem ser doadores, mediante autorização por escrito assinada pelos pais ou responsáveis legais, acompanhada da cópia da carteira de trabalho ou identidade de quem assinou

IMPEDIMENTOS TEMPORÁRIOS:
– Febre
– Gripe
– Gravidez
– Uso de alguns medicamentos
– Pós-parto normal (90 dias)
– Pós-cesariana (80 dias)
– Comportamentos de risco

IMPEDIMENTOS DEFINITIVOS:
– Hepatite após os 11 anos de idade
– Evidências clínicas ou laboratoriais para hepatite B e C
– AIDS (vírus HIV)
– Doenças ligadas ao vírus HTLV I e II
– Doença de Chagas
– Malária

INTERVALO PARA DOAÇÕES:
– Mulheres: a cada três meses, não ultrapassando 3 doações anuais
– Homens: a cada dois meses, não ultrapassando 4 doações anuais

(Fonte: Hospital Tacchini)

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