Segunda, 16 de Junho de 2025
5°C 21°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Estado repassa o controle da CEEE-D ao Grupo Equatorial

A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) passou oficialmente a ser administrada pelo Grupo Equatorial Energia.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom Rio Grande do Sul
08/07/2021 às 12h40
Estado repassa o controle da CEEE-D ao Grupo Equatorial
A assinatura do contrato de venda da CEEE-D encerrou o primeiro processo de privatização da atual gestão - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) passou oficialmente a ser administrada pelo Grupo Equatorial Energia. Na manhã desta quinta-feira (8/7), o governador Eduardo Leite assinou o contrato de venda, encerrando o primeiro processo de privatização da sua gestão.

A CEEE-D atende 1,6 milhão de clientes em 72 municípios da Grande Porto Alegre e das regiões Sul, Campanha e Litoral. No Brasil, o Grupo Equatorial, considerando as novas concessionárias adquiridas em 2021 no Rio Grande do Sul e no Amapá, passa a atender 13% do total de consumidores brasileiros e responder por 7% do mercado de distribuição do país.

O controle acionário da CEEE-D, de titularidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE-Par), foi leiloado em lote único pelo lance de R$ 100 mil, mas o grupo assumirá o passivo de quase R$ 7 bilhões da companhia.

Leite agradeceu ao Grupo Equatorial por acreditar mais do que na CEEE, no Rio Grande do Sul
Leite agradeceu ao Grupo Equatorial por acreditar mais do que na CEEE, no Rio Grande do Sul - Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

“Obrigado ao Grupo Equatorial por acreditar mais do que na CEEE, no Rio Grande do Sul. Comprar uma empresa de energia que opera sob regime de concessão é um casamento, uma relação duradoura com o Estado, e significa que vocês acreditam na nossa economia, naquilo que nós produzimos e na capacidade de gerar riqueza desse Estado”, disse o governador Eduardo Leite.

“O primeiro foco do governo na privatização é o de viabilizar para a população a prestação de um serviço melhor, e isso é o que está acima de qualquer outro motivo. A energia é essencial para a vida dos consumidores domésticos e para a produção industrial. Todos precisam de segurança e confiabilidade na prestação do serviço. Em segundo lugar, a privatização representa a resolução de um problema para o Estado a partir do passivo que se constituía pela impossibilidade de a companhia pagar os impostos, portanto, de atender às necessidades da população em outras áreas a partir dos impostos recolhidos. Por isso, esse dia é histórico, é apenas a primeira parte da companhia e, tenho certeza, todos sairemos ganhando”, completou Leite.

A CEEE-D tem um passivo de R$ 4,4 bilhões somente em ICMS. Somado a outras obrigações como empréstimos, previdência e ex-autárquicos – funcionários da época em que a companhia era uma autarquia. Se a venda não fosse efetivada, esse valor superaria os R$ 7 bilhões, agravando ainda mais a situação financeira do Estado e gerando riscos para o serviço prestado aos consumidores.

Entre os benefícios que surgem com a venda da empresa estão maiores investimentos na área de distribuição de energia elétrica, o que acarretará em melhorias na prestação de serviço à população, e a retomada no recebimento do ICMS pelo Estado. A expectativa é de que R$ 1,3 bilhão em ICMS por ano voltem a ser pagos em dia.

“É um orgulho estarmos aqui no Rio Grande do Sul. Estamos muito felizes por iniciar aqui justamente operando uma empresa da grandiosidade da CEEE. É um ativo muito importante, que vai fazer muito bem ao nosso portfólio. E o que a Equatorial traz ao Rio Grande do Sul? Nosso compromisso é trabalhar duro, o que é uma característica nossa, e juntarmos forças para construir esse trabalho e trazermos investimentos necessários. Vamos ouvir a sociedade e direcionar nossos investimentos de acordo com o planejamento estratégico do Estado, porque queremos ajudar no crescimento do Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente do Grupo Equatorial Energia, Augusto Miranda.

Os municípios também foram e continuarão sendo beneficiados com a privatização. Na terça-feira (6/7), o Tesouro do Estado transferiu às 497 prefeituras gaúchas R$ 515 milhões referentes à parte do passivo tributário de ICMS da CEEE-D. A divisão do recurso teve como base as regras aplicáveis a qualquer quitação de ICMS. Além disso, com o controle assumido pelo Equatorial, os repasses mensais de parte do imposto – um direito dos municípios – voltarão a ocorrer.

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Luiz Henrique Viana, avaliou que o momento é histórico para o Estado e destacou a melhoria que os gaúchos terão na prestação de serviços em uma área essencial. “Estamos qualificando um dos principais serviços que deve ser prestado à nossa população, sem o qual hoje não é possível viver. Os benefícios para a população são enormes e já começamos a ver, com o restabelecimento do pagamento dos tributos, e muitos outros virão”, disse.

O presidente da CEEE-D, Marco Soligo, destacou a importância para o Estado e todo o setor elétrico brasileiro de também desestatizar os demais braços da companhia. A Transmissora (CEEE-T) deve ir a leilão na próxima semana e, depois, a Geradora (CEEE-G).

“O dia de hoje é extraordinário e desejo sucesso ao Grupo Equatorial, que começa esse trabalho hoje no Rio Grande do Sul. Mas o nosso trabalho ainda não terminou. Temos de vender uma Transmissora e uma Geradora. Garanto que nós continuaremos trabalhando pelo setor elétrico brasileiro, pelo Rio Grande do Sul e pelo Brasil”, pontuou Soligo.

Processo histórico

A desestatização da companhia se iniciou em janeiro de 2019, com a elaboração das propostas legislativas necessárias. No mesmo ano, em maio, a Assembleia Legislativa aprovou a retirada da obrigatoriedade de plebiscito para a venda da empresa e, em julho, autorizou a privatização.

“Os deputados certamente tiveram grande mérito, a quem quero homenagear, porque tiveram coragem de enfrentar essas lutas políticas, em especial essas que tangem interesses privados, corporativos e ideológicos, pelo bem do Rio Grande do Sul. Hoje estamos num dia histórico, porque estamos passando o controle da companhia para um grupo privado e, para o indivíduo, pouco importa se o serviço público é feito pelo setor privado ou pelo poder público, o que importa é que o serviço público tem de ser prestado de maneira a contentar as demandas da sociedade”, destacou o presidente da Assembleia, deputado Gabriel Souza.

Para dar seguimento à desestatização, o governo do Estado firmou contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para elaboração dos estudos e da modelagem do projeto de privatização. O processo levou cerca de 15 meses e foi supervisionado por equipes do governo do Rio Grande do Sul, com participação de técnicos das secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e da Fazenda (Sefaz) e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Texto: Suzy Scarton e Vanessa Kannenberg
Edição: Secom

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
Parcialmente nublado
Mín. Máx. 21°
Sensação
2.68 km/h Vento
91% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
07h18 Nascer do sol
07h18 Pôr do sol
Terça
17° 13°
Quarta
15° 14°
Quinta
14° 13°
Sexta
13° 12°
Sábado
17°
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,52 -0,51%
Euro
R$ 6,39 -0,24%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 624,097,87 +1,07%
Ibovespa
137,212,63 pts -0.43%
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada