A apresentação dos dados da atuação do consultório do grupo "Unidos por Bento", realizada na Câmara de Bento Gonçalves nesta segunda-feira, dia 21, também tornou públicos importantes índices sobre a situação geral da pandemia no município. As informações expostas durante a sessão ordinária do Legislativo demonstram que a cidade enfrenta uma situação mais preocupante que suas vizinhas da Serra Gaúcha, sobretudo no que se refere às internações em leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Os números também indicam que, na comparação entre 2020 e 2021, houve uma mudança significativa nas faixas etárias onde mais foram registrados óbitos de pacientes diagnosticados com Covid-19. No caso das mortes entre 50 e 59 anos notificadas em Bento, por exemplo, houve um salto de 8% para 20% do total de vítimas. Na faixa dos 40-49, o montante dobrou, passando de 3% para 6%. Nas idades mais elevadas, por outro lado, esse percentual baixou: acima de 80 anos, estava em 36% e passou para 30%; e de 70 a 79 anos, que era de 30%, passou para 19%.
De uma forma geral, a taxa de mortalidade na Capital do Vinho também se mostra maior do que a da Serra. Em Bento, ela está atualmente em 248 a cada 100 mil habitantes – na região, por sua vez, cai para 217,4.
Na ocupação da UTI, a análise dos dados também não se mostra muito animadora. "O limite seguro por 100 mil habitantes seria de seis hospitalizações em UTI a cada sete dias, e Bento hoje utiliza praticamente o dobro. A gente tem um número muito expressivo, que precisa diminuir", salienta Marijane Paese, vice-presidente do CIC-BG, entidade que coordena o "Unidos por Bento", e também integrante do Comitê Técnico Regional da Serra. Ela apresentou as informações ao lado do presidente do CIC, Rogério Capoani.
Em junho, Bento já alcança a média de 22 internações em UTI para cada 100 mil habitantes, acima de várias outras cidades do entorno. Em Caxias do Sul, essa marca é de 8; em Garibaldi, 11; em Farroupilha, de apenas uma.
Por fim, a avaliação dos casos dos pacientes que são submetidos à terapia intensiva no município aponta, ainda, que entre maio e junho, 35% dos pacientes evoluíram para óbito e 65% para cura clínica. Nos meses de novembro e dezembro de 2020, o percentual de mortes na UTI chegou a 55%. Nos leitos clínicos, está agora em 7%, mas já atingiu 10%, também no final do ano passado.