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Ambientalistas criticam podas radicais e cobram mais fiscalização em Bento

Durante o período que seria de manutenção da arborização urbana, muitas pessoas agem por conta própria e cometem verdadeiras atrocidades contra as plantas

21/06/2021 às 11h20 Atualizada em 21/06/2021 às 11h33
Por: Jorge Bronzato Jr.
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(Reprodução Facebook)
(Reprodução Facebook)

Em meio ao habitual período da poda na arborização urbana, Bento Gonçalves volta a vivenciar dias de polêmica com algumas intervenções nada convencionais nas plantas que embelezam e garantem sombra nas ruas dos bairros da cidade. Não tem sido poucos os registros, ao longo das últimas semanas, de algumas árvores são praticamente destroçadas por serras descontroladas – muitas vezes, por moradores ou proprietários de comércios próximos, que agem à revelia da lei municipal que regulamenta esse tipo de atividade.

Por outro lado, a pouca fiscalização e a falta de punição a infratores fazem com que a situação se repita ano a ano. Há cerca de um mês, a prefeitura deu início ao programa "Poda Legal", que tem um cronograma de visita às comunidades das mais diversas regiões do município até agosto.  Antes disso, porém, muitas pessoas já acabaram agindo por contra própria e cometendo algumas verdadeiras atrocidades contra árvores plantadas no passeio público – as quais, pela legislação municipal, não podem ser podadas ou cortadas por particulares.

Quem presenciou e denunciou recentemente alguns desses casos foi a bióloga Bárbara Zanatta, que inclusive já atuou no passado junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e flagrou, por exemplo, um desses trabalhos radicais no bairro São Francisco, onde só os caules foram mantidos. "Uma árvore não é feita só de tronco, ela tem as extensões dela que são os galhos, as folhas. Quando a poda excede mais de 30% da copa, está eliminando funções importantes, como as trocas gasosas. Além disso, acaba expondo partes da anatomia da planta que até então estavam protegidas. Ela também vai estar mais sujeita a fungos e vai receber água por onde não deveria, isso também gera um desequilíbrio. A poda, em si, já é uma agressão, mas com o conhecimento técnico pode ter benefícios. Do jeito que está sendo feita, infelizmente, quem se beneficia disso não é a planta", lamenta a profissional.

Bárbara ressalta que, em muitas situações, a arborização urbana nem sempre recebe a manutenção periódica que deveria receber, com podas de condução e limpeza, e os cidadãos acabam agindo por conta própria, mas sem a autorização e o conhecimento necessários. O resultado é um ataque desproporcional a plantas mais adultas e desenvolvidas, que pode causar muitos danos aos exemplares.

O prejuízo verificado também atinge espécies de aves, que perdem os locais de pouso, dormitório e produção de ninhos. "Tem alguns que protegem, mas tem muitos que não se interessam. A gente precisaria sentir que há campanhas mais presentes em nosso dia a dia, porque essa autonomia que vemos nos mais diferentes bairros vai continuar se repetindo. Como a cidade cresce e se desenvolve, eu não sei até que ponto esse assunto não está se distanciando cada vez mais da população. O ideal é que a informação seja mais difundida e que haja um respaldo do órgão responsável. A comunidade precisa saber que pode contar com um serviço e que não deve simplesmente ir lá e fazer. Se não estamos respirando um ar ainda pior, é graças as árvores que ainda temos", avalia a bióloga.

Mais punição e divulgação
A Associação Ativista Ecológica (Aaeco) também está atenta às podas radicais executadas em Bento Gonçalves. Na manhã desta segunda-feira, dia 21, o secretário-geral da entidade, Gilnei Rigotto, tornou público mais um destes casos, desta vez no bairro Botafogo, em uma postagem no Facebook. "Além de mais fiscalização e punição, também entendo que deveria haver a divulgação destas autuações, para ver que se trata de um assunto sério", aponta Rigotto. Assim como Bárbara, ele também lamenta que estas situações voltem a se repetir anualmente nesta época.

O que diz a prefeitura
Em matéria publicada em seu site no começo de junho, a prefeitura de Bento Gonçalves alertou a população para que não promova podas nas árvores plantadas nas calçadas. Segundo a administração, as equipes estarão até agosto  executando o serviço nos bairros e as ações podem ser solicitadas pelos moradores (confira abaixo). Cada pedido de poda é analisado pelos técnicos quanto à necessidade ou não de realização.

Ainda conforme o Poder Público, a Lei Municipal 2.298, de 1993, é a que atualmente disciplina a arborização urbana. No caso de intervenções irregulares, a norma estabelece multas que variam de R$ 43,52 a R$ 2.901,60 por árvore.

Cronograma de podas 2021:
Junho – Zona Norte: Progresso, Universitário, São Vendelino, São João, Ouro Verde, Aparecida, São Roque e Loteamento Bertolini.
Julho – Zona Sul: Botafogo, Santa Marta, Santa Helena, Fátima, Santo Antão, Imigrante, Santa Rita e Verona.
De 1º a 15 de Agosto – Zona Leste: Licorsul, Fenavinho, Vila Nova, Barracão, Eucaliptos e Cohab.
De 15 a 30 de Agosto – Zona Oeste: Conceição, Pomarosa, Municipal, Jardim Glória, Vinosul e Maria Goretti.

Solicitações de podas:
– Página da ouvidoria BentoOuv: http://0800.bentogoncalves.rs.gov.br/registra/manifestacao
– WhatsApp: (54) 3055.7142
– Atendimento telefônico: 0800.979.6866

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