Vários municípios brasileiros estão optando pela não aplicação da vacina da Pfizer/Biontech contra a Covid-19 fora das unidades de saúde, sobretudo pelas características específicas de conservação deste imunizante, que deve ser submetido a baixas temperaturas de armazenamento e exige a diluição em soro fisiológico após a abertura dos frascos, além de demandar volume, seringa e agulha diferentes.
Na Serra Gaúcha, inclusive, Farroupilha é uma das cidades que adotou este protocolo, restringindo o uso das doses desta marca às salas de vacinação de suas UBS. Essa é, até o momento, a orientação da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Bento Gonçalves, contudo, adotou outra estratégia e empregou a Pfizer principalmente na imunização dos professores, que ocorreu ao longo da quinta-feira, dia 27, e da sexta, 28. De acordo com a administração municipal, 948 docentes foram vacinados nesse período, da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Diante destas dúvidas, a reportagem do NB Notícias contatou a SES, na manhã desta terça-feira, dia 1º de junho, a fim de obter informações mais precisas sobre eventuais orientações que tenham sido repassadas às prefeituras para a utilização desta vacina.
A resposta inicial, encaminhada por e-mail através de sua assessoria de comunicação, pode ser conferida na íntegra abaixo:
"A SES realizou treinamentos, via videoconferência, para capacitar equipes de imunizações de municípios. O treinamento específico para a vacina da Pfizer foi necessário por essas doses terem características específicas e diferenciadas de armazenamento, manuseio e aplicação. Os municípios receberão suas doses refrigeradas (entre 2°C e 8°C). Nesta temperatura, as doses podem ficar por até cinco dias (120 horas).
Por essa limitação, a orientação do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) é que os municípios realizem agendamento prévio das pessoas a serem imunizadas. Da mesma forma, não é recomendada a estratégia de vacinação fora de Unidades Básicas de Saúde, como em drive-thru. Na sala da vacina, após o frasco ser tirado do refrigerador e diluído, as doses dever ser aplicadas em até seis horas".
Na sequência, a Secretaria Estadual de Saúde, novamente por e-mail, atualizou a informação com relação à validade do produto sob refrigeração, mas manteve a orientação de não usá-lo em drive-thru:
"A recomendação do uso da vacina em Pfizer somente em salas de vacina se dá por essa dose ter algumas particularidades em relação às demais. Ao contrário das outras, é necessário uma diluição com soro fisiológico ao abrir o frasco. Além disso, a dose aplicada é em um volume diferente da AstraZeneca e CoronaVac e, por isso, com o uso de seringas e agulhas diferentes.
A orientação da SES para o uso somente em salas de vacina visa dar uma maior segurança ao paciente e evitar desperdícios. A alteração da Anvisa foi no prazo: Anvisa autorizou o armazenamento da Pfizer em temperatura refrigerada por até 31 dias. Segue valendo a orientação de não fazer em drive-thru, mas as razões são mais essas outras particularidades do que a questão da temperatura".
O NB também questionou a prefeitura de Bento Gonçalves a respeito da manutenção (ou não) da aplicação da Pfizer em futuros drive-thrus. Confira o que diz o posicionamento oficial:
"A equipe da SMS recebeu todo o treinamento necessário para a utilização da vacina da Pfizer. Existe uma orientação para a aplicação das vacinas, mas não existe uma determinação ou regramento obrigatório.
A SMS tem toda a estrutura necessária, tanto técnica como de equipamentos e materiais, para garantir a qualidade da aplicação das doses no sistema drive-thru. Depois de descongeladas as vacinas de Pfizer devem ser armazenadas de 2° a 8° G, exatamente como as demais vacinas utilizadas para o Covid.
A continuidade da campanha de vacinação será organizada de acordo com o quantitativo de doses recebidas e o publico alvo a ser imunizado".