Depois de duas décadas de um impasse judicial, a prefeitura de Bento Gonçalves deverá começar a pagar, ainda neste ano, uma significativa indenização a famílias que tiveram seus terrenos desapropriados para a instalação da então nova fábrica da empresa Todeschini, na virada de 1999 para o ano 2000.
A primeira parcela será de R$ 10.886.835,13 – sem a correção monetária, segundo a Secretaria de Finanças. Ainda restarão outros R$ 19.281.592,21, conforme última atualização publicada nos balanços do município. Ou seja, o valor total da ação deverá ultrapassar os R$ 30 milhões.
Na época do decreto do prefeito Darcy Pozza, foi estipulado o montante de aproximadamente R$ 700 mil como pagamento aos proprietários dos lotes. A partir daí, os donos das áreas de terra, de cerca de 345 mil metros quadrados, passaram o contestar o valor na Justiça.
Inicialmente, foram realizadas perícias que redefiniram o custo dos imóveis para pouco mais de R$ 1 milhão. Nesse meio tempo, a administração bento-gonçalvense chegou a quitar 80% dessa pendência, mas as famílias mantiveram a cobrança no Judiciário, por ainda discordar da proposta.
Em 2003, uma nova decisão elevou a conta do Poder Público para quase R$ 4 milhões. Em 2012, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) condenou definitivamente a prefeitura, fixando o custo da transação em R$ 8,3 milhões.
Na sequência, tem início uma nova discussão, a respeito de qual alíquota seria usada para a correção do valor. Somente em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinaria que o índice a ser seguido na atualização do montante seria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).