As últimas 48 horas tiveram cenas quentes de bastidores para definir quem seria o novo presidente da Câmara de Vereadores. Pelo menos em três oportunidades, o comando do Legislativo mudou de mãos com o vai e vem dos votos dos parlamentares. Por último, o PTB teria a chance de comandar o parlamento, mas abriu mão em prol da fidelidade ao prefeito Guilherme Pasin. Com isso, a votação deste domingo, 1º de janeiro, irá determinar o vereador Moisés Scussel Neto (PSDB) como o novo presidente da Casa do Povo.
Vereadores de oposição endureceram a disputa pela presidência após o lançamento da candidatura de Moacir Camerini. Formou-se um bloco que estava disposto a conseguir nove votos e assumir o comando do Legislativo. Porém, para alcançar este objetivo, o grupo oposicionista ao prefeito Guilherme Pasin precisava convencer os dois vereadores do PTB, Paulo Cavalli, o Paco, e Waldemir Marini, a votarem com o grupo.
Do outro lado, o prefeito Guilherme Pasin conversava com os partidos aliados e, em uma reunião, na quarta-feira, 28, conseguiu garantir o voto que faltava para eleger Moisés Scussel presidente. O vereador Waldemir Marini assumiu compromisso em votar no candidato tucano e foi colocado como segundo secretário na chapa da situação. Até a noite desta sexta-feira, 30, tudo estava resolvido e a eleição de Scussel parecia garantida.
Porém, em um novo encontro do bloco de oposição, ficou definido que Paulo Cavalli, o Paco, seria o candidato a presidente, o que obrigaria Marini a votar no colega de partido e garantiria os nove votos necessários para vencer Scussel na disputa. A decisão foi comunicada à cúpula do PTB, que entrou em polvorosa e marcou uma reunião para a tarde deste sábado, 31. A intenção dos diretores do partido era conversar com Waldemir Marini e garantir o apoio à candidatura de Paco. Porém, o vereador petebista não apareceu na reunião e não foi localizado, bem como não atendia as ligações telefônicas para o seu celular. Em contato com o vereador Paco, ele não entendeu a atitude do colega de partido, que acabou comprometendo a chance do PTB assumir o comando do Legislativo em 2017. "Essa decisão do Marini fez com que eu não saiba como votar amanhã. Devo votar nele como secretário, mas devo me abster para os demais cargos", garante o vereador petebista.
A reportagem do Notícias de Bento tentou contato com o presidente do diretório municipal do PTB, Jairo Alberici, e com o vereador Waldemir Marini, para buscar uma explicação dos motivos que levaram o partido a abrir mão da presidência, mas não teve sucesso. Nas primeiras tentativas, o celular de Alberici só chamava, mas depois ficou desligado até minutos antes da publicação desta reportagem. As ligações para o vereador Marini caíram todas na caixa postal.
Decisão do PTB garante a eleição de Moisés Scussel
A quase que renúncia do PTB à presidência da Câmara de Vereadores para Moisés Scussel Neto (PSDB). Os partidos que integram o bloco de oposição praticamente jogaram a toalha e devem liberar seus vereadores para votarem em quem bem entenderem. Com esta decisão, o candidato do prefeito Guilherme Pasin praticamente garantiu o comando do Legislativo. Scussel conta com oito votos, mais o seu, para ser o novo presidente. Ele tem certos cinco votos do PP, dois do PSDB, um do PPS e um do PTB. O parlamentar tucano já inscreveu sua chapa para a eleição deste domingo, tendo ele como presidente, Eduardo Viríssimo (PP), como seu vice, Rafael Pasqualotto (PP), como 1º secretário, e Waldemir Marini (PTB), como 2º secretário.
Moisés Scussel Neto tem 38 anos, é natural de Dois Lajeados e foi reeleito para mais quatro anos de mandato com 1.450 votos, sendo o sétimo vereador mais votado. Teve como marca principal em seu primeiro mandato o fato de ser o líder do governo de Guilherme Pasin, na Câmara de Vereadores, tendo papel relevante na defesa das questões de interesse da Prefeitura Municipal.
O vereador Moacir Camerini (PDT) deve confirmar sua candidatura neste domingo, 1º de janeiro, mas conta com cinco votos apenas, podendo chegar a oito, no máximo. A chapa do parlamentar pedetista conta ainda com Marcos Barbosa (PRB), como vice, Agustinho Petroli (PMDB), 1º secretário, e Jocelito Tonietto (PDT), o 2º secretário.