
A Polícia Federal (PF) apreendeu, nesta sexta-feira (19), cerca de R$ 400 mil em espécie na residência do líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, recursos públicos oriundos de cotas parlamentares. O parlamentar é um dos alvos da ação, que também inclui o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).
A PF utiliza métodos sofisticados para rastrear a origem do dinheiro apreendido, mesmo quando os criminosos tentam dificultar as investigações com o uso de cédulas em espécie. O Instituto Nacional de Criminalística da PF, localizado em Brasília, abriga uma equipe especializada capaz de determinar a procedência das notas através de números de série e outros elementos de identificação.
O processo de perícia envolve uma análise detalhada e consultas ao Banco Central para estabelecer o caminho percorrido pelo dinheiro desde sua emissão. Os peritos conseguem determinar não apenas quando a nota foi emitida, mas também seu ponto de origem, informações essenciais para as investigações. Cada cédula possui características únicas que permitem sua identificação e rastreamento.
Entretanto, após as notas entrarem em circulação e serem trocadas entre pessoas, o acompanhamento torna-se mais complexo. Essa dificuldade explica por que criminosos frequentemente optam pelo uso de dinheiro em espécie, uma prática comum para evitar o rastreamento digital que ocorre em transações bancárias.
Além da identificação da origem do dinheiro, o trabalho pericial inclui a determinação da quantidade exata apreendida e a produção de laudos técnicos que complementam a investigação criminal. Essa combinação entre investigação criminal e análise técnica forense representa um braço crucial nas operações da PF, permitindo que evidências físicas sejam convertidas em provas concretas.
A operação que resultou na apreensão de dinheiro na casa de Sóstenes Cavalcante reflete o empenho da Polícia Federal em combater a corrupção e o desvio de recursos públicos, destacando a importância da perícia na elucidação de crimes financeiros.