
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira (11), dois suspeitos de assassinarem Juliana da Silva Dias, de 44 anos, cujo corpo foi encontrado amarrado em uma lixeira na zona Norte de Porto Alegre. Entre os detidos, está o namorado da vítima, que, segundo as investigações, a atraiu para um local onde foi brutalmente espancada e asfixiada. O crime, ocorrido entre a noite de 7 de dezembro e a madrugada do dia seguinte, foi motivado por uma dívida de R$ 2 mil relacionada ao tráfico de drogas.
Os suspeitos, identificados pelos apelidos de "Aranha" e "Saci", são apontados como gerentes do tráfico na região do Viaduto José Eduardo Utzig, na avenida Benjamin Constant, em nome da facção Bala na Cara. O delegado Mario Souza, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), classificou o caso como um feminicídio, ressaltando a crueldade envolvida, especialmente por se tratar de um relacionamento amoroso.
Conforme a apuração, após o assassinato, o corpo de Juliana foi transportado em um carrinho de lixo por outros dois homens, que ainda não foram identificados. A motivação do crime, ligada ao contexto do tráfico, expõe a vulnerabilidade das mulheres envolvidas com usuários de drogas, que muitas vezes são tratadas com desumanização. "Ele não teve a menor consideração pelo fato de a mulher ser sua parceira, só levou em conta que era usuária de drogas e que estava devendo", afirmou o delegado.
A investigação do feminicídio será conduzida pela 2ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), enquanto um inquérito paralelo busca desmantelar a facção criminosa envolvida. "Vamos apurar se houve autorização da cúpula da facção para cometimento dessa morte. Caso isso seja comprovado, toda essa quadrilha, da base ao topo, será alvo do Protocolo Estadual das Sete Medidas Contra Homicídios", enfatizou Mario Souza.
A violência contra a mulher, especialmente em contextos de dependência química e tráfico de drogas, continua sendo um tema alarmante em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. As autoridades estão comprometidas em investigar a fundo a dinâmica desses crimes e responsabilizar todos os envolvidos.