
O anúncio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) para a disputa à Presidência em 2026 gerou um aumento significativo no apoio ao congressista. Contudo, a declaração de Flávio sobre a existência de um “preço” para abrir mão da pré-candidatura limitou esse crescimento. A análise foi realizada pela consultoria Palver, que monitora mais de 100 mil grupos abertos de WhatsApp e Telegram, respeitando a legislação de privacidade de dados.
Durante o mês de novembro, enquanto Jair Bolsonaro enfrentava sua prisão preventiva e cumprimento de pena pela condenação na ação da trama golpista, ele registrava uma média de apoio de 75% entre usuários de direita, sendo considerado o melhor nome para a eleição presidencial de 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), era a única alternativa viável, mas com um apoio máximo de cerca de 30%.
No início de dezembro, após o anúncio da indicação de Flávio, o senador viu sua popularidade disparar, conquistando 50% do apoio nas interações dos usuários. Este crescimento foi notável, uma vez que, na véspera do anúncio, Flávio tinha pouca menção nos grupos como potencial candidato. A adesão ao seu nome continuou a aumentar até o dia 5, quando ele anunciou sua intenção de dar continuidade ao “projeto de nação” iniciado na gestão de seu pai.
Entretanto, a situação mudou após Flávio mencionar a necessidade de um “preço” para sua renúncia à pré-candidatura, durante um culto evangélico. Essa declaração fez com que o apoio ao senador caísse para cerca de 40% nas menções a presidenciáveis. Com isso, Tarcísio recuperou espaço e até avançou em relação à sua popularidade antes do anúncio de Flávio. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também registrou uma leve alta em seu apoio.
Luis Fakhouri, CEO da Palver, afirmou que o monitoramento evidencia a capacidade de mobilização do ex-presidente. “Se Bolsonaro indica um caminho, os apoiadores seguem”, concluiu.