
A Polícia Civil prendeu preventivamente, nesta quinta-feira (4), o vereador Leandro Gralha (MDB), em Canela, no Rio Grande do Sul. A prisão ocorreu no bairro Santa Marta e é resultado de investigações sobre a coação de um cidadão que denunciou supostos desvios de verbas no Hospital de Canela. A informação foi confirmada pela Câmara de Vereadores da cidade, que se manifestará posteriormente sobre o caso.
De acordo com o delegado Vladimir Medeiros, responsável pela investigação, Gralha teria ameaçado um morador que protocolou denúncias na câmara, o que levou a vítima a retirar a queixa por medo de represálias. Isso comprometeu o processo administrativo que analisava as irregularidades. "Um vereador não pode se valer de grave ameaça para coagir um cidadão que cumpre seu dever cívico", afirmou Medeiros.
A investigação aponta que a coação não foi um ato isolado, mas uma tentativa de impedir a continuidade das investigações sobre o uso irregular de recursos públicos. A prisão preventiva foi justificada pela necessidade de resguardar a ordem pública e evitar novas tentativas de intimidação, uma vez que Gralha possui histórico de envolvimento em outros procedimentos policiais, incluindo casos de peculato e corrupção passiva.
Conforme a Polícia Civil, o vereador já havia sido investigado anteriormente por coação no curso do processo, o que reforça os indícios de sua autoria e um padrão de comportamento voltado para dificultar investigações. Gralha estava em seu segundo mandato como vereador, tendo exercido o primeiro entre 2021 e 2024.
As denúncias de irregularidades no hospital e a prisão do vereador levantam questões sobre a transparência e a fiscalização do uso de verbas públicas em Canela. A Câmara de Vereadores deverá se pronunciar oficialmente sobre o caso nos próximos dias.