No mês em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a cumprir pena por sua participação na trama golpista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) despontam no IDP (Índice Datrix de Presidenciáveis), um monitoramento mensal dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto. Em outubro, Michelle mantém a liderança pelo segundo mês consecutivo, com 37,34 pontos, mais de 13 pontos à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que caiu para 24,19, uma variação negativa de quase 3 pontos em relação ao mês anterior.

O ranking da Datrix, que também inclui o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), com 19,96 pontos, agora observa Flávio Bolsonaro, que aparece logo atrás, à medida que seu nome começa a ser cogitado como uma opção viável para uma chapa presidencial. O CEO da Datrix, João Paulo Castro, destaca que Michelle consolidou sua posição de liderança com avanços significativos tanto nas redes sociais quanto no chamado mar aberto, que mede a repercussão de sua imagem entre formadores de opinião e veículos de imprensa.

Castro explica que a prisão de Bolsonaro intensificou a mobilização digital em torno de Michelle, que se firmou como uma figura política central da direita. Postagens recentes, como aquelas que celebram os 18 anos de casamento com Jair e que enfatizam temas de fé e resiliência, têm contribuído para sua visibilidade. “Apesar das tensões internas no PL, ela se tornou o ponto de convergência da base”, afirma Castro.

No lado governista, a megaoperação policial no Rio de Janeiro interrompeu o ciclo de crescimento que Lula vinha apresentando, além de gerar postagens negativas relacionadas a problemas logísticos da COP30 e à hospedagem do presidente em um iate em Belém. No entanto, Lula manteve um desempenho positivo em seus perfis próprios, apesar das adversidades.

Para Ratinho Jr., o desempenho estável nas redes sociais foi impulsionado por um aumento no engajamento, enquanto Flávio Bolsonaro ganhou destaque tanto como herdeiro político quanto como alvo de críticas após a prisão de seu pai. O senador tem apostado em um discurso voltado à segurança, especialmente após a operação no Rio, onde exerce seu mandato.

Entre outros governadores monitorados, Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) também registraram avanços, impulsionados por posturas firmes em relação à segurança pública e por expressões de solidariedade ao ex-presidente.