Terça, 02 de Dezembro de 2025
14°C 25°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Cabos de alumínio têm restrições para utilização em instalações de baixa tensão

De acordo com o consultor técnico da COBRECOM, que fabrica fios e cabos elétricos de baixa tensão, a cadeia completa de materiais e dispositivos el...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
02/12/2025 às 16h11

A segurança elétrica é um tema que exige atenção redobrada em qualquer tipo de instalação. Embora o alumínio seja amplamente utilizado em linhas de transmissão e redes de distribuição aéreas, seu uso em instalações de baixa tensão pode representar riscos significativos.

Embora o material seja leve e de custo reduzido, o alumínio possui uma condutividade elétrica inferior à do cobre e é mais suscetível à oxidação, o que pode comprometer a integridade das conexões.

O professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da COBRECOM, ressalta que, no Brasil, a cadeia completa de materiais e dispositivos para instalações elétricas de baixa tensão é historicamente concebida para cobre e suas ligas, como os cabos elétricos para uso predial, interruptores, tomadas, disjuntores, barramentos, conectores, entre outros.

“Além disso, nas instalações de baixa tensão, sem os materiais, ferramentas, procedimentos e mão de obra adequados, o uso de cabos com condutores de alumínio pode resultar em sérios riscos à segurança das pessoas e do patrimônio. Note que a questão central não é o uso em si do cabo com condutor de alumínio, mas é sobre a existência de um sistema completo de materiais, dispositivos, ferramentas, procedimentos e mão de obra que lidem corretamente e de forma segura com tal material”, completa Hilton Moreno.

ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Hilton Moreno, que também é coordenador da Comissão de Instalações Elétricas de Baixa Tensão da ABNT, explica que a NBR 5410 somente permite o uso de cabos com condutor de alumínio em instalações comerciais e industriais, com seções nominais acima de 50 mm2 e 16 mm2, respectivamente, e se elas forem operadas e mantidas por pessoal qualificado.

“Em todas as outras situações, como locais de habitação e locais de afluência de público, por exemplo, o uso de cabos com condutores de alumínio é expressamente proibido”, acrescenta Hilton Moreno.

Diferenças entre cabos de cobre e de alumínio

Entre as principais distinções entre os condutores de cobre e de alumínio estão a condutividade, as dimensões e o peso, as conexões, a dilatação e a fluência.

“O cobre tem condutividade elétrica superior à do alumínio. Isso implica que, para conduzir a mesma corrente, o alumínio precisa de uma seção maior. Já com relação às dimensões e ao peso, o alumínio é mais leve (tem menor densidade que o cobre), porém, para compensar a menor condutividade, as seções dos cabos em alumínio são maiores do que as do cobre para transportar a mesma corrente elétrica”, esclarece Moreno.

O profissional ainda ressalta que o alumínio exige conectores, ferramentas, procedimentos e mão de obra específicos. Além disso, o óxido de alumínio que se forma na superfície do condutor é isolante e, sem o devido preparo das conexões e emendas, sua presença aumenta a resistência de contato, gerando perdas e potencial ponto de sobreaquecimento. 

Riscos dos cabos de alumínio

Hilton Moreno indica que os principais riscos estão associados ao aquecimento excessivo em emendas e terminais não executados apropriadamente, e à corrosão de materiais por contato indevido do alumínio com cobre ou liga de cobre.

“Além disso, podem ocorrer afrouxamentos de contatos ao longo do tempo por dilatação e fluência do alumínio, elevando a resistência de contato e provocando aquecimentos indesejados, ou seja, o uso de forma inadequada do alumínio nas instalações elétricas pode resultar em sobreaquecimentos, danos a materiais isolantes, fugas de corrente exageradas, curtos-circuitos e incêndios”, afirma o consultor técnico da COBRECOM.

Cabos irregulares que utilizam alumínio

De acordo com Hilton Moreno, por conta do elevado preço do cobre puro para fabricação de condutores elétricos, é comum encontrar no varejo produtos disfarçados como “cabo de cobre”, mas que, nem de longe, atendem às normas de cabos elétricos para instalações elétricas.

“Tais produtos, como aqueles chamados de ‘alumínio cobreado’, ‘banhado a cobre’, ‘liga leve’, entre outros, consequentemente, são terminantemente proibidos para uso em instalações residenciais, prediais, comerciais, industriais, etc., que são regidas pela NBR 5410 e normas correlatas”, alerta Hilton Moreno.

O principal risco do uso desse material é a ocorrência de incêndios devido a problemas de sobreaquecimento nas emendas e terminações de cabos elétricos. Outro problema sério com este produto é que ele é criminosamente apresentado como tendo seções nominais iguais às dos cabos com cobre.

“Acontece que as características técnicas de um condutor de alumínio cobreado ou similares são praticamente as mesmas de um condutor de alumínio, que, por sua vez, são bem diferentes e inferiores às do condutor de cobre”, adverte Moreno.

Segundo ele, fabricantes inescrupulosos que adotam essa prática se aproveitam do fato de a camada externa do condutor ser na cor do cobre e enganam os consumidores desavisados, que acham que aquele cabo é de cobre.

Hilton Moreno ainda explica que, além do mau contato resultante de conexões feitas de forma inadequada, o uso de um cabo de alumínio cobreado de uma dada seção nominal como se fosse a mesma seção nominal de um cabo de cobre pode levar a sobrecargas, que podem evoluir para curtos-circuitos e incêndios, além de representar aumento nas perdas energéticas e, consequentemente, no consumo de energia.

Alguns cuidados podem ser tomados pelo consumidor para se proteger do uso indevido de cabos com condutor de alumínio ou ‘cobreados’, sendo que devem ser escolhidos os cabos com marcação completa na embalagem e/ou na superfície do cabo, contendo, no mínimo, a seção nominal, tensão de operação, norma ABNT de referência, nome do fabricante e CNPJ.

“O consumidor deve ainda procurar o selo do Inmetro na embalagem e no corpo do cabo, pois ele é exigido para os condutores utilizados nas instalações elétricas de baixa tensão, além de verificar também se o fabricante é associado à Qualifio (Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos) o que reforça a confiança no produto”, diz Hilton Moreno.

Outras dicas importantes do consultor técnico da COBRECOM são: comprar os cabos elétricos através de canais formais reconhecidos, sejam lojas físicas ou on-line, e desconfiar de ‘superpromoções’ e cabos muito mais baratos que a média do mercado.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
26°
Tempo nublado
Mín. 14° Máx. 25°
26° Sensação
3.13 km/h Vento
46% Umidade
100% (7.02mm) Chance chuva
05h19 Nascer do sol
19h12 Pôr do sol
Quarta
25° 12°
Quinta
28° 10°
Sexta
32° 12°
Sábado
33° 15°
Domingo
34° 17°
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,33 -0,38%
Euro
R$ 6,19 -0,36%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 520,788,09 +6,92%
Ibovespa
160,764,83 pts 1.36%
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada