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Vereador cobra providências para evitar retirada de trilhos em Bento Gonçalves

Volmar Giordani (Republicanos) cobrou o prefeito Diogo por providências e acionou a bancada federal para evitar a remoção.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
24/11/2025 às 08h34
Vereador cobra providências para evitar retirada de trilhos em Bento Gonçalves
Pelo menos duas carretas por dia estão retirando trilhos na Linha Alcântara em Bento Gonçalves - Foto: Reprodução/Especial

A retirada acelerada dos trilhos da antiga malha ferroviária entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa voltou a gerar forte reação política no município. Mesmo após recomendação formal do Ministério Público Federal (MPF) para suspender imediatamente o desmonte da ferrovia, a concessionária Rumo Logística segue enviando carretas para remover o material metálico e transportar para Santa Catarina — movimento registrado diariamente por moradores da região.

À frente das cobranças públicas está o vereador Volmar Giordani (Republicanos), que protocolou pedido de informações ao prefeito Diogo Siqueira e enviou ofício à bancada federal do Republicanos, exigindo atuação urgente para impedir que a ferrovia gaúcha seja definitivamente desmontada.

Vereador quer explicações do prefeito e ação imediata

Em pedido formal encaminhado ao Executivo, Giordani solicita que o prefeito informe quais medidas estão sendo adotadas para proteger a malha ferroviária local. O parlamentar reforça que o município pode estar assistindo, inerte, à retirada de parte importante do patrimônio público e histórico da Serra Gaúcha.

“A região do Vale do Taquari e da Serra Gaúcha reivindica a reconstrução e a reativação da malha ferroviária. Não podemos permitir que o material seja levado para outros estados enquanto aqui ainda lutamos para manter vivas nossas ligações ferroviárias”, escreveu o vereador.

Giordani alerta que, além do potencial turístico, a ferrovia é essencial para o escoamento da produção, especialmente após as enchentes de 2024, que destruíram pontes, estradas e trechos importantes da malha rodoviária do estado.

Rumo desconsidera MPF e continua retirando trilhos

Segundo o vereador, as carretas continuam chegando e saindo de Bento Gonçalves carregadas com trilhos retirados da Malha Sul — mesmo após o MPF recomendar:

  • suspensão imediata do remanejamento dos trilhos e equipamentos, salvo em casos de risco comprovado;

  • entrega de relatório técnico completo sobre o material já removido;

  • apresentação, em 10 dias, das providências adotadas pela Rumo para atender às recomendações.

A concessionária teria ignorado o prazo e continuado a remover ativos ferroviários gaúchos para uso em trechos operacionais de Santa Catarina, prática que, segundo Giordani, pode caracterizar dilapidação de patrimônio público.

Risco de Bento Gonçalves perder definitivamente sua linha férrea

No documento enviado a Brasília, o parlamentar afirma que a ferrovia corre risco de não ser mais reativada, especialmente após a Rumo informar à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que pretende renovar apenas alguns trechos específicos do “Tronco Sul”, excluindo áreas atingidas pelas enchentes — exatamente o trecho da Serra Gaúcha.

Giordani lembra ainda que:

  • A concessão da Malha Paulista foi prorrogada até 2058, ampliando o prazo da empresa no país.

  • A concessão da Malha Sul vence em 2027, e a empresa tenta renegociá-la.

  • A retirada do material do Rio Grande do Sul, antes do fim do contrato, fere o dever de manter a ferrovia operacional e conservada, conforme cláusulas contratuais.

Enchentes destruíram 700 km de trilhos — e retirada pode inviabilizar reconstrução

O vereador destaca que as enchentes de 2024 devastaram aproximadamente 700 quilômetros de ferrovia, e que a reconstrução depende da manutenção daquilo que restou após a tragédia.

“Se o pouco que sobrou está sendo levado embora, qual será o futuro da ferrovia gaúcha? O material precisa estar aqui, não em outro estado”, afirma.

Carga, turismo e economia ameaçados

A ferrovia liga regiões estratégicas do estado e sempre foi vista como alternativa para:

  • transporte de cargas industriais e agrícolas;

  • integração logística da Serra Gaúcha ao resto do país;

  • desenvolvimento do turismo ferroviário.

A retirada completa dos trilhos interromperia definitivamente qualquer possibilidade de retomada.

Próximos passos

Giordani aguarda resposta do Executivo e articulação da bancada federal para impedir que o material continue sendo levado. Ele também defende:

  • intervenção da ANTT,

  • fiscalização reforçada do MPF,

  • e avaliação urgente do governo do Estado sobre o impacto logístico da retirada.

Enquanto isso, carretas seguem circulando, trilhos seguem sendo removidos e a população teme que Bento Gonçalves esteja assistindo ao fim de mais um capítulo da história ferroviária da região — desta vez, sem retorno possível.

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