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SUS Gaúcho começa a funcionar na prática e já amplia acesso a consultas, exames e cirurgias

O programa SUS Gaúcho, lançado pelo governo do Estado no fim de setembro, já começou a produzir resultados concretos, ampliando o acesso da populaç...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom RS
27/10/2025 às 14h40
SUS Gaúcho começa a funcionar na prática e já amplia acesso a consultas, exames e cirurgias
Após dois anos de espera, Janaína recebeu atendimento oftalmológico nesta quarta-feira (22/10) -Foto: Monica Fernandes/Divulgação Hospital Santo Antônio

O programa SUS Gaúcho, lançado pelo governo do Estado no fim de setembro, já começou a produzir resultados concretos, ampliando o acesso da população a serviços de saúde. Diversos hospitais já estão realizando mutirões para ofertar mais consultas e cirurgias em oftalmologia geral adulto e ortopedia de joelho, as especialidades que apresentavam as maiores filas de espera.

Negociações feitas por técnicos da Secretaria da Saúde (SES) com representantes de hospitais e prestadores de serviço garantiram que fossem abertas até o final do ano mais de 83 mil novas consultas oftalmológicas para adultos e mais de 8,4 mil novas consultas ou cirurgias de joelho. Até dezembro, o SUS Gaúcho repassará R$ 175 milhões para aumentar a oferta de procedimentos nessas duas áreas prioritárias.

“Com os termos de adesão já encaminhados pelos prestadores de serviço, esperamos chegar ao final do ano com a nossa meta de redução de 70% da fila para primeiras consultas, batida”, explicou a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada (DGAE) da SES, Lisiane Fagundes.

O Hospital Santo Antônio, em Santo Antônio da Patrulha, deu início aos atendimentos pelo programa e já realizou mais de 650 das 10 mil consultas em oftalmologia que fará até o final do ano, atendendo pacientes de todo o Litoral Norte. Janaína Conceição da Silva, 33 anos, moradora da cidade, foi atendida nesta quarta-feira (22/10) após dois anos esperando uma consulta. “Me chamaram ontem para a consulta de hoje, foi bem rápido. Não estou enxergando muito bem do olho direito e parece que tem areia no olho. Agora espero ficar bem”, disse Janaína.

Moradora de Santo Antônio da Patrulha, Janaína conseguiu atendimento na quarta-feira (22/10) -Foto: Monica Fernandes/Divulgação Hospital Santo Antônio
Moradora de Santo Antônio da Patrulha, Janaína conseguiu atendimento na quarta-feira (22/10) -Foto: Monica Fernandes/Divulgação Hospital Santo Antônio

Também por meio do programa, o Hospital Regional de São Jerônimo já está realizando mutirão de cirurgias oftalmológicas, beneficiando pacientes que aguardavam pelo procedimento, além de cirurgias de joelho. E o Hospital São Francisco de Assis (HSFA), no município de Parobé, pretende realizar em outubro 92 cirurgias de joelho pelo programa, e irá realizar cerca de 200 novas cirurgias por mês a partir de novembro.

SUS Gaúcho

Lançado pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, o SUS Gaúcho é um programa estratégico que representa um investimento adicional na saúde estadual de R$ 1,025 bilhão em 2025 e 2026. Até o final deste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) receberá mais R$ 267,7 milhões, além dos valores já definidos no orçamento. Para 2026, a previsão é que o acréscimo de recursos chegue a R$ 758 milhões.

O governador Eduardo Leite lançou o SUS Gaúcho em 25 de setembro, em ato no Palácio Piratini -Foto: Vitor Rosa/Secom
O governador Eduardo Leite lançou o SUS Gaúcho em 25 de setembro, em ato no Palácio Piratini -Foto: Vitor Rosa/Secom

Esses valores contemplam, além das ações de redução de filas, as demais medidas que integram o programa, como a qualificação das portas de entrada e o novo aporte para transporte de pacientes.

Virada de página

Antes, havia dívidas bilionárias na saúde, o que demandou um intenso trabalho de reorganização das contas públicas. O Estado pagou os débitos de governos anteriores e realizou uma série de mudanças estruturais que culminaram em um acordo histórico com o Ministério Público, injetando novos recursos na área, o que está permitindo a realização de novos investimentos e programas.

Leite destaca que o SUS Gaúcho representa uma virada de página na gestão da saúde pública no Estado, com resultados concretos já perceptíveis em poucos dias de execução. “Estamos colocando em prática um novo modelo de investimento e gestão da saúde, que faz o dinheiro chegar onde o cidadão realmente precisa, que são os atendimentos. O SUS Gaúcho é fruto do equilíbrio fiscal conquistado nos últimos anos e simboliza o compromisso do nosso governo com um sistema público mais eficiente, humanizado e acessível para todos”, afirmou o governador.

“Os novos recursos, decorrentes do acordo com o Ministério Público, possibilitaram colocar em prática as medidas de redução de filas, especialmente na oftalmologia geral adulto e na ortopedia joelho, que são as duas prioridades escolhidas para 2026. Também tem sido fundamental a parceria com os prestadores de serviços, o que garantirá agilidade no atendimento”, ressaltou Arita.

Outras ações do programa também já tiveram repasses efetuados. Por meio do SUS Gaúcho, o governo do Estado já destinou R$ 4,2 milhões para o transporte de pacientes, mais de R$ 2,8 milhões para unidades de pronto atendimento (UPAs) e R$ 980 mil para pronto atendimentos municipais (PAs), totalizando cerca de R$ 8 milhões. Até o fim do ano, deverão ser pagos, por meio dessas três iniciativas, mais de R$ 24 milhões.

Objetivo do governo é reduzir em até 70% as filas mais críticas e reforçar o atendimento de urgência e emergência -Foto: Vitor Rosa/Secom
Objetivo do governo é reduzir em até 70% as filas mais críticas e reforçar o atendimento de urgência e emergência -Foto: Vitor Rosa/Secom

As diversas frentes do SUS Gaúcho

Redução de filas

O SUS Gaúcho está investindo, nestes últimos três meses de 2025, R$ 175 milhões para atender pacientes de oftalmologia e de ortopedia. O objetivo é reduzir em 70% o número de usuários do SUS que aguardam atendimento nessas especialidades.

Em 2026, a redução das filas seguirá como prioridade, com R$ 180 milhões investidos e a ampliação do programa para as demais subespecialidades de oftalmologia e ortopedia, além de cirurgia geral, dermatologia, otorrinolaringologia e urologia. Em dois anos, o investimento será de R$ 355 milhões para reduzir as filas.

Urgência e emergência

Do total de recursos, R$ 21,75 milhões serão investidos, até o fim de 2025, nas chamadas portas de entrada, os serviços hospitalares de atendimento aos casos de urgência e emergência. Haverá um aumento de 40% nos valores repassados a 196 hospitais de todo o Estado, tanto no atendimento geral como no especializado. Em 2026, o investimento será de R$ 87 milhões.

Unidades de pronto atendimento

As 38 unidades de pronto atendimento (UPAs) habilitadas no Rio Grande do Sul que funcionam 24 horas por dia já receberam mais de R$ 2,8 milhões do governo do Estado. Até o fim do ano, esse valor chegará a R$ 8,6 milhões. Em 2026, serão repassados mais R$ 34,4 milhões.

Pronto atendimentos municipais

Em 22 municípios, um total de 26 serviços municipais de pronto atendimento estão sendo beneficiados com um novo incentivo. Até o momento, já foram pagos R$ 980 mil. O total em 2025 será de R$ 2,6 milhões e, em 2026, de R$ 28,6 milhões. O valor para cada um deles varia entre R$ 30 mil e R$ 50 mil mensais, conforme as médias de atendimentos médicos e de urgência em atenção especializada.

Transporte de pacientes

Atualmente, a ausência de pacientes em primeiras consultas ou em consultas especializadas disponibilizadas pelo SUS chega a 40%. Uma grande parcela delas não é realizada porque os pacientes não conseguem se deslocar até os municípios para os quais elas foram marcadas. Um dos motivos principais é que o transporte gratuito oferecido pelas prefeituras é insuficiente para atender à alta demanda.

Frente a esse desafio, o governo do Estado está apoiando financeiramente 488 municípios gaúchos para que eles possam garantir o transporte de pacientes até o local da consulta. Já foram repassados R$ 4,2 milhões. Até o fim de 2025, deverão ser pagos, no total, R$ 12,6 milhões. Em 2026, o valor será de R$ 50,4 milhões. Quanto maior a distância, maior será o valor repassado, garantindo que todos possam comparecer às consultas.

Tratamento em casa

A atenção domiciliar é um serviço que leva os cuidados de saúde às residências dos pacientes que não podem se deslocar para receberem atendimento. O Estado repassará R$ 2,83 milhões até o final de 2025 não só para as 69 equipes existentes no Rio Grande do Sul que prestam esse tipo de serviço como irá financiar a criação de 20 novas equipes, complementando o incentivo federal atualmente pago. Os valores variam entre R$ 3,9 mil e R$ 13 mil por local. Em 2026, o valor destinado será de R$ 11,3 milhões.

Atenção às pessoas com deficiência e reabilitação física

A atenção à pessoa com deficiência (PcD) e a área de reabilitação física receberão outros R$ 2,39 milhões do SUS Gaúcho em 2025 para o atendimento multiprofissional, com ortopedista, neuropediatra e psicólogo, entre outros profissionais. Além disso, serão fornecidos coletes ortopédicos. Em 2026, o valor destinado será de R$ 9,5 milhões.

Para complementar a tabela do SUS, atualmente defasada, serão destinados recursos para a entrega de cadeiras de rodas e muletas em 18 serviços de referência no Estado, reduzindo o tempo de espera e assegurando a mobilidade dos pacientes.

Ambulatório de feridas crônicas

Os serviços que atendem pacientes com feridas crônicas receberão R$ 2,4 milhões a mais do Estado em 2025 e R$ 9,6 milhões em 2026 para reforçar o atendimento multiprofissional, com enfermeiros (especialista e assistencial), técnico de enfermagem, assistente social, nutricionista e médico cirurgião vascular. Serão beneficiados 480 pacientes por mês.

Programa Assistir

Em 2025, também será ampliado em R$ 14 milhões o Programa Assistir, que repassa incentivos financeiros aos hospitais que mais realizam serviços para o SUS no Rio Grande do Sul, como consultas, por exemplo. Em 2026, o valor a ser destinado é de R$ 56 milhões. O objetivo é incorporar ao programa 58 novos serviços de referência e ampliar a oferta de primeiras consultas para o acesso ao atendimento especializado. As novas consultas serão oferecidas com base na prioridade por atendimento, a partir da regulação pelo Gercon, o sistema de gerenciamento da Secretaria da Saúde (SES).

Saúde mental

Para promover a saúde mental, prevenir agravos e reduzir internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais, o SUS Gaúcho investirá R$ 3,6 milhões em 60 municípios com até 15 mil habitantes em 2025. Em 2026, o valor investido será de R$ 14,4 milhões. Cada município contará com uma equipe composta por psicólogo, médico, terapeuta ocupacional, assistente social, enfermeiro ou outro profissional de saúde com formação ou experiência em saúde mental.

O incentivo estadual será de R$ 20 mil mensais por equipe. Serão considerados prioritários os municípios que possuem altas taxas de tentativa ou óbito por suicídio e altos índices de internação por transtornos mentais e comportamentais, bem como aqueles afetados pelas enchentes, entre outros critérios.

Tratamento intensivo

O Estado também vai ampliar o valor pago a hospitais do SUS que possuem leitos de tratamento intensivo (UTI) de alta complexidade (em oncologia, cardiologia, traumato-ortopedia, entre outros) ou leitos de UTI para pacientes vítimas de queimaduras graves.

Haverá um aumento no valor das diárias de 855 leitos de UTI, o que equivale a 55% do total disponível no Estado, em 28 hospitais de alta complexidade, e para os 15 leitos de UTI para pacientes com queimaduras. O valor destinado será de R$ 16,4 milhões em 2025 e de R$ 65,6 milhões em 2026.

Hospitais municipais e de pequeno porte

Os hospitais públicos municipais e os hospitais de pequeno porte (com até 50 leitos) receberão R$ 5,57 milhões em recursos em 2025 e R$ 22,3 milhões em 2026, reforçando o atendimento local em casos de menor gravidade. Os recursos serão destinados para 19 hospitais com até 99 leitos e para 14 hospitais acima de 100 leitos, além de 12 hospitais de pequeno porte.

Além de reforçar a estrutura local, evitando o deslocamento dos pacientes em alguns casos, o investimento vai desafogar o atendimento nos hospitais de grande porte, nos quais são atendidos os casos mais graves.

Texto: Juliana Dias/Secom
Edição: Secom

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