Foram identificados os dois jovens mortos em confronto com a Brigada Militar (BM) na madrugada desta quinta-feira (16), em Garibaldi. Tratam-se de Andriérry de Souza Mendes, de 17 anos, e Biéler Fabiano da Rosa Carvalho, de 15 anos. Segundo a polícia, eles seriam os autores do homicídio de Antônio Marcos Júnior, de 47 anos, conhecido na comunidade como Tonho, ocorrido poucas horas antes no bairro Fenachamp.
Após cometerem o crime, os adolescentes fugiram do local em um veículo e foram localizados por equipes da Brigada Militar na rua Ercílio José Flores, sob a ponte seca da Rota do Sol. Durante a tentativa de abordagem, os dois atiraram contra os policiais, que revidaram a agressão. Andriérry e Biéler morreram no local, e nenhum policial ficou ferido.
A Brigada Militar destacou que junto com a dupla, dentro do veículo, foram localizadas uma submetralhadora artesanal calibre 9mm com 16 munições, uma pistola calibre .380 com sete munições, uma pistola calibre .765 com oito munições e quatro placas balísticas (coletes).
De acordo com o delegado Clóvis Rodrigues de Souza, titular da Delegacia de Polícia de Garibaldi, a motivação do homicídio de Tonho estaria relacionada a uma disputa entre facções rivais ligadas ao tráfico de drogas, evidenciando o avanço do recrutamento de adolescentes para o cometimento de crimes graves, como execuções e acertos de contas. “Esses jovens, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, são cooptados por facções que os utilizam como instrumentos do crime. É uma realidade que vem crescendo na região”, comentou o delegado.
O velório de Andriérry Mendes ocorre na sala C da Capela Mortuária do bairro Cruzeiro, em Caxias do Sul, cidade onde ele residia. O sepultamento está marcado para as 15h desta sexta-feira (17), no Cemitério Público Municipal de Caxias do Sul.
O velório e o sepultamento de Biéler Carvalho, acontecerão em sua cidade natal, Tenente Portela. Seu corpo será velado e sepultado na Aldeia Indígena KM10.
O caso reacende o alerta sobre o envolvimento de menores com o crime organizado na Serra Gaúcha. Facções criminosas têm recrutado adolescentes cada vez mais jovens, oferecendo dinheiro fácil e status em troca da participação em homicídios, tráfico e roubos.
A morte de Andriérry e Biéler evidencia uma trágica realidade social, na qual a juventude é usada como mão de obra descartável das facções — jovens que, muitas vezes, não chegam à maioridade antes de perderem a vida em confrontos ou execuções.
As investigações seguem em andamento pela Polícia Civil para esclarecer a relação direta entre os adolescentes e o homicídio de Antônio Marcos Júnior, bem como a possível ligação com grupos criminosos atuantes na região.