A série de encontros para apresentar o Campus Serra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) chegou ao fim nesta sexta-feira (22), em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Com o plenário lotado, a reitora da instituição, Márcia Barbosa, anunciou a possibilidade de novos cursos e apresentou as opções de prédios que estão sendo avaliados para sediar a universidade na Serra Gaúcha.
Atualmente, já estão confirmados seis cursos de graduação: Administração, Engenharia Agrícola, Engenharia de Produção Mecânica, Engenharia de Materiais e Manufatura, Ciência de Dados e Pedagogia. A novidade é a possibilidade de incluir Psicologia e Artes Cênicas, ampliando o leque de formações oferecidas.
Segundo a reitora, a definição depende da aprovação do Conselho Universitário da UFRGS, prevista para ocorrer entre setembro e outubro:
“Estamos avaliando cursos com empregabilidade e interesse da juventude, mas ainda dependemos do Conselho. Para isso, precisamos de uma voz ativa da comunidade. Mandem mensagens, moções, comuniquem que desejam a UFRGS na Serra”, disse Márcia Barbosa.
Durante a audiência, foram apresentadas novas possibilidades de sede para o Campus Serra, além das já conhecidas. Entre as opções estudadas estão:
Antiga Unisinos, no bairro São Pelegrino
Campus 8 da UCS
Antigo prédio da pós-graduação da FSG, no bairro São Pelegrino
Antiga sede da Marcopolo, no bairro Planalto
Instituto Estadual Cristóvão de Mendoza, no bairro Cinquentenário
Prédio do CESF, em Farroupilha
A definição da sede contará com recursos já garantidos: R$ 60 milhões, valor que a UFRGS pleiteia ampliar para R$ 75 milhões, destinados à compra do imóvel, reformas e equipamentos.
O projeto é visto como a concretização de uma luta de mais de 40 anos, como lembrou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT). Desde a década de 1970, movimentos sociais, estudantes e lideranças políticas defendiam a instalação de uma Universidade Federal na Serra Gaúcha.
A deputada federal Denise Pessôa (PT), uma das articuladoras do projeto em Brasília, destacou que a chegada da UFRGS é um passo fundamental para garantir futuro à juventude trabalhadora da região: “Queremos que a UFRGS seja um motor e um farol de esperança. A Serra precisa acolher os jovens que sonham em se formar, mas muitas vezes abandonam os estudos para trabalhar.”
A estudante Maria Bárbara Munari, da União Nacional dos Estudantes (UNE), reforçou a importância da expansão: “A implantação do campus é mais que uma conquista local, é um passo para democratizar o ensino superior. Queremos cursos noturnos, restaurante universitário e assistência estudantil para garantir a permanência dos alunos.”
Se aprovado pelo Conselho Universitário, o Campus Serra da UFRGS deve iniciar suas atividades em 2026, com cerca de 2,8 mil estudantes, 160 professores e 140 servidores técnicos. A reitora também destacou a intenção de firmar parcerias com empresas da região para fortalecer a formação prática dos alunos.