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Veterinário é condenado a 42 anos de prisão por sequestro, tortura e tentativa de homicídio

Além da tortura, homem ainda estuprou seu funcionário de 39 anos, achando que ele tinha roubado sua clínica.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio
27/06/2025 às 17h43
Veterinário é condenado a 42 anos de prisão por sequestro, tortura e tentativa de homicídio
Ari Glick Junior (foto menor) está recolhido à Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves - Foto: Gabriel Marchetto/Especial

O médico veterinário Ari Glock Junior foi condenado a 42 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, por uma série de crimes cometidos contra um funcionário em agosto de 2021. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri de Farroupilha, na madrugada desta quinta-feira, 26, após mais de 24 horas de julgamento.

O réu foi responsabilizado por tentativa de homicídio triplamente qualificada, tortura qualificada e majorada, estupro, roubo simples, sequestro e cárcere privado. Além da pena privativa de liberdade, ele deverá pagar R$ 300 mil por danos morais e R$ 54 mil por danos materiais à vítima.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), os crimes começaram no dia 9 de agosto de 2021, no haras de propriedade do réu, na localidade de Linha Boêmios, interior do município. Ari suspeitava que o funcionário, um homem de 39 anos, havia furtado R$ 20 mil da clínica veterinária.

A vítima foi amarrada, agredida com coronhadas, choques elétricos e golpes de facão. Também sofreu queimaduras, lesões sob as unhas, perda de dentes e foi atingida por um tiro. Em meio à tortura, foi violentada sexualmente e obrigada a se atirar de um penhasco.

Mesmo após receber alta hospitalar, no dia seguinte, o funcionário foi novamente raptado. Passou por novas sessões de tortura, que incluíram queimaduras com cigarro, cortes com máquina de tosquiar e aplicação de álcool em feridas abertas. Após sobreviver à tentativa de homicídio, ainda teve sua casa invadida e pertences roubados.

O promotor de Justiça Ronaldo Lara Resende, do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ), conduziu a acusação, com apoio do promotor Vinícius Cassol. A defesa foi feita pelo advogado Jader Marques. O julgamento foi presidido pelo juiz Enzo Carlo Di Gesu, que ouviu a vítima e 14 testemunhas.

Ari Glock Junior já possuía antecedentes por crime semelhante. Em 2011, foi condenado por tentativa de homicídio em Garibaldi, após agredir com um taco de sinuca o empresário José Luiz Gregoletto, que entrou em coma e sofreu sequelas permanentes. A pena, de cinco anos em regime semiaberto, foi mantida pelo Tribunal de Justiça em 2019.

O caso julgado agora é parte de um processo que envolve outros três réus. A ação foi desmembrada porque Ari respondeu preso preventivamente, enquanto os demais seguem recorrendo a instâncias superiores.

O advogado Jader Marques, defensor de Ari Glock Júnior se manifestou por meio de nota: "Na condição de defensor de Ari Glock Júnior, informo que já protocolei o recurso de apelação para o Tribunal de Justiça do Estado. Espero, com serenidade e muita confiança, que o julgamento seja anulado, em virtude das inúmeras violação ao devido processo que foram registradas no caso.".

 

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