Após décadas de uso, o tradicional símbolo da acessibilidade — a cadeira de rodas azul com uma figura estática — está sendo substituído por uma nova imagem: um ícone em movimento, com postura inclinada e braços projetados para frente, em impulso. A mudança, mais que visual, representa uma transformação de valores.
Criado em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o novo símbolo começou a ser adotado em diferentes países e chega para romper com a ideia de passividade atribuída às pessoas com deficiência. Ele reforça o conceito de protagonismo, autonomia e inclusão plena em todas as esferas sociais.
A representação anterior, apesar de consolidada, restringia a imagem da pessoa com deficiência à mobilidade reduzida. Já o novo design busca englobar diferentes tipos de deficiência — física, mental, intelectual e sensorial — promovendo uma abordagem mais ampla e atualizada da acessibilidade.
Especialistas apontam que a imagem antiga reforçava estigmas e contribuía para uma visão assistencialista. O novo símbolo, ao contrário, convida à reflexão sobre direitos, e não concessões. A acessibilidade deixa de ser vista como “favor” e passa a ocupar o lugar que lhe cabe: uma questão de justiça social.
A mudança carrega ainda um impacto cultural. Ela exige que instituições públicas e privadas revejam sua comunicação visual e seus espaços físicos. Mais do que substituir placas e sinais, a atualização propõe uma mudança de mentalidade: garantir a dignidade e o protagonismo das pessoas com deficiência na sociedade.
A nova imagem da acessibilidade — um corpo em ação — é uma mensagem visual clara: as pessoas com deficiência têm o direito de se mover, de escolher, de decidir e de ocupar todos os espaços com liberdade e respeito.
Ao adotar o novo símbolo, o mundo dá um passo em direção a uma inclusão real e efetiva, baseada na igualdade de oportunidades e no reconhecimento da diversidade humana como parte fundamental da vida em sociedade.