O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quarta-feira (4) a Paris para uma visita de Estado, a convite do presidente francês, Emmanuel Macron, e para outras atividades de interesse para o Brasil.
Os dois presidentes devem assinar 20 atos bilaterais nas áreas de vacinas, segurança pública, educação e ciência e tecnologia.
"Vou ter reunião com o presidente Macron e discutir assuntos de interesses globais. Certamente, vamos discutir a guerra da Rússia e da Ucrânia, o massacre do exército de Israel à Faixa de Gaza, o acordo União Europeia-Mercosul. Vamos discutir coisas na área da defesa, porque nós temos uma parceria na área do submarino nuclear", disse Lula em entrevista coletiva concedida ontem (3), no Palácio do Planalto.
"E vou ter reunião com empresários brasileiros e franceses. Queremos vender o bom momento do Brasil aos empresários franceses para saber se é possível atraí-los a fazer mais investimentos ou parceria privada", completou.
Um dos pontos altos da agenda deverá ser o anúncio de uma nova declaração climática conjunta Brasil e França. Um anúncio de investimentos entre os dois países também é esperado.
Atualmente, o comércio bilateral é de US$ 9,1 bilhões, segundo dados de 2024, e a França é o terceiro país que mais investe no Brasil, com mais de US$ 66,3 bilhões em estoque.
Há 13 anos o governo brasileiro não realiza uma visita de um chefe de Estado à França. A última ocorreu em 2012, durante o mandato de Dilma Rousseff.
O encontro de Lula, Macron e seus delegações ocorrerá no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, nesta quinta-feira (5).
Na sexta-feira (6), o presidente Lula receberá o título de Doutor Honoris Causa na Universidade Paris 8 e será homenageado na Academia Francesa.
A Academia foi criada em 1635 e, em seus quase 400 anos de história, apenas outros 19 chefes de Estados foram homenageados em sessão oficial. Antes de Lula, o único brasileiro reconhecido pela honraria foi Dom Pedro II, em 1872 .
No mesmo dia, ele fará uma visita à exposição sobre o ano do Brasil na França, no Grand Palais, o principal centro de convenções do país.
A programação da temporada brasileira na França compreenderá diversas atividades até setembro, em mais de 50 cidades francesas.
Está prevista, também, a participação do presidente no Fórum Econômico Brasil-França, que reunirá autoridades e líderes empresariais de ambos os países.
Lula também estará no evento que formaliza o reconhecimento do status do Brasil como país livre da febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento foi aprovado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 29 de maio.
No sábado (7), o presidente brasileiro deverá se encontrar com a prefeita de Paris, Ane Hidalgo , e viajará a Toulon, onde manterá outro encontro com Macron, desta vez na Base da Marinha Francesa, para tratar do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), uma retribuição à mesma agenda realizada pelo francês , em março do ano passado, durante sua visita de Estado ao Brasil.
No dia 8 de junho, Lula foi convidado a participar, em Mônaco, de evento sobre a economia azul, com foco na questão da utilização econômica e mobilização de financiamento para a conservação dos oceanos.
Na próxima segunda-feira (9), o presidente vai a Nice para participar da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que deve reunir ao menos 60 chefes de Estado.
Já em Lyon, Lula deve visitar a sede da Interpol, a organização policial internacional, atualmente comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal.
De volta ao Brasil, ainda na semana que vem, o presidente Lula será o anfitrião da Cúpula Brasil-Caribe, em Brasília, dia 13 de junho, com a presença de 15 líderes da região.
Ele também foi convidado para o encontro do G7, no Canadá, de 15 a 17 de junho, mas ainda avalia a participação, em razão da proximidade das agendas.