Um dos principais nomes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) está foragido, poucos dias após receber um benefício humanitário da justiça que permitiu sua saída da prisão pela porta da frente. O criminoso é investigado por participação direta no assalto ao aeroporto de Caxias do Sul, ocorrido em março de 2023, e agora é procurado pelas forças de segurança.
Segundo a Polícia Civil, o detento, identificado como sendo Adriano Pereira de Souza, de 34 anos, conhecido como Cigano, recebeu o direito de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica após alegar problemas de saúde (hérnia de disco) e condições inadequadas no sistema penitenciário. A Justiça concedeu o benefício, mas o criminoso rompeu o equipamento e desapareceu menos de uma semana depois.
Cigado seguiu recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) até o último dia 22 de maio, quando, por volta das 18h, saiu da unidade com autorização da Justiça Federal. A medida tinha caráter temporário e foi justificada por conta de uma suposta cirurgia de hérnia de disco. Segundo a ordem judicial, o bandido seria monitorado com tornozeleira por dois meses, mas o prazo podia ser revisto conforme a evolução médica do “paciente”.
O assalto ao aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, foi uma das ações mais ousadas atribuídas ao PCC no RS, com tentativa de roubo de uma carga de valores e confronto com a polícia. Dois suspeitos foram mortos na ação, que envolveu armamento pesado e veículos blindados. O crime resultou na morte do 2º sargento da BM, Fabiano Oliveira, aos 47 anos. Na ocasião, os criminosos conseguiram levar quase a metade dos R$ 30 milhões de um banco que chegavam ao terminal e seriam transportados por um carro-forte.
A fuga reacendeu o debate sobre a concessão de benefícios a presos de alta periculosidade. Para investigadores, o episódio representa uma falha grave na segurança pública e exige revisão urgente nos critérios adotados pela Justiça em decisões semelhantes. A Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público do Estado acompanham o caso. A Polícia Civil realiza diligências para localizar o fugitivo, que tem conexões com facções criminosas interestaduais e histórico de crimes violentos.